🇧🇷✈️ Comitiva do Brasil gasta mais de R$ 4,3 milhões na 80ª Assembleia-Geral da ONU
A participação do Brasil na 80ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, mobilizou uma comitiva com mais de 100 integrantes, incluindo ministros, autoridades e representantes de bancos públicos.
📊 Segundo dados levantados pela Folha de S. Paulo e confirmados pelo Portal da Transparência:
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R$ 2,8 milhões foram gastos com hospedagem;
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R$ 1,5 milhão com aluguel de veículos;
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Os valores finais ainda serão divulgados oficialmente pelo Itamaraty.
🔎 Apesar dos custos elevados, o grupo foi menor que em 2024, quando 161 pessoas integraram a delegação e só a hospedagem custou cerca de R$ 8 milhões.
Entre os presentes estavam ministros como Ricardo Lewandowski (Justiça), Marina Silva (Meio Ambiente), Camilo Santana (Educação) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas). A primeira-dama Janja Lula da Silva também viajou antes da abertura do evento.
👤 O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, desistiu da viagem após restrições impostas pelo governo dos EUA. Já Fernando Haddad (Fazenda) optou por não integrar a comitiva.
Além dos discursos oficiais, Lula participou de encontros bilaterais e debates paralelos sobre comércio internacional, meio ambiente e cooperação multilateral. O presidente já retornou ao Brasil, mas parte da comitiva segue em Nova York até o encerramento da assembleia.
O Brasil na ONU 2025: comitiva de mais de 100 integrantes, gastos milionários e encontro inusitado entre Lula e Trump
A participação do Brasil na 80ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada nesta semana em Nova York, chamou a atenção não apenas pelo tradicional protagonismo do país na abertura do evento, mas também pelo tamanho da comitiva enviada pelo governo federal, pelos gastos já registrados e pelo contexto político em que se deu a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos Estados Unidos.
Segundo levantamento feito a partir do Portal da Transparência e do Diário Oficial da União, ao menos 110 integrantes do governo e de órgãos como bancos públicos acompanharam Lula em Nova York. Os dados parciais já apontam R$ 4,31 milhões em despesas, sendo R$ 2,8 milhões destinados a hospedagem e R$ 1,5 milhão ao aluguel de veículos. O Itamaraty destacou que os valores ainda estão “em execução” e que o total final será divulgado nos próximos meses, assim como aconteceu em 2024, quando a conta oficial chegou a R$ 8 milhões.
Apesar de não haver ainda a formalização completa da comitiva no Diário Oficial, a lista já inclui ministros de Estado, o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, além de diplomatas, assessores, seguranças e integrantes de equipes médicas. O grupo também contou com representantes do Banco do Brasil e do BNDES, reforçando a presença do setor público financeiro na agenda internacional.
Uma comitiva numerosa e as críticas recorrentes
O tamanho da delegação não é novidade, mas segue sendo alvo de críticas recorrentes. Em 2024, o Brasil enviou 161 pessoas, incluindo oito ministros. Parte da polêmica sempre recai sobre a falta de padronização na divulgação das listas, já que nomes ligados à segurança e à saúde presidencial não costumam aparecer oficialmente. Outro ponto de questionamento é a comparação com delegações de outros países: ainda que muitas também levem números elevados de integrantes, o caso brasileiro costuma gerar debate interno sobre gastos em viagens oficiais, especialmente em momentos de tensão fiscal.
Os críticos apontam para os custos milionários em hospedagem e transporte como um sinal de desperdício, enquanto o governo argumenta que a presença de ministros, diplomatas e técnicos é necessária para garantir o protagonismo do Brasil em um dos palcos multilaterais mais relevantes do mundo. O Itamaraty defende que a projeção internacional traz resultados que vão além dos números, fortalecendo o papel brasileiro em negociações comerciais, ambientais e políticas.
Ausências e entraves diplomáticos
A comitiva de 2025 também ficou marcada por algumas ausências notáveis. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, desistiu de viajar após ser notificado de restrições de circulação impostas pelo governo Donald Trump. O caso simboliza o desgaste na relação bilateral em áreas específicas, já que Padilha vinha sendo um dos nomes mais próximos de agendas internacionais ligadas a saúde global e organismos multilaterais.
Outro episódio delicado envolveu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que teve o visto suspenso pelos EUA. A situação foi revertida apenas no dia 16, quando ele obteve a autorização e pôde embarcar para acompanhar Lula.
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, optou por não participar do evento, mesmo tendo recebido o visto norte-americano. Sua ausência levantou especulações sobre divergências internas em relação à estratégia do governo no campo econômico e ao tom que Lula adotaria em seu discurso sobre a situação internacional.
O discurso de Lula: democracia, críticas ao autoritarismo e defesa de Gaza
Como manda a tradição, o Brasil foi o primeiro país a discursar na Assembleia-Geral. Lula aproveitou a oportunidade para reforçar a defesa da democracia brasileira em meio aos ataques do governo americano ao processo político nacional.
Sem citar diretamente o presidente Donald Trump, Lula afirmou que “o autoritarismo se fortalece quando nos omitimos frente a arbitrariedades” e que, em todo o mundo, “forças antidemocráticas tentam subjugar as instituições e sufocar as liberdades”.
Ele também condenou a falta de ação das grandes economias diante do que classificou como “genocídio na Faixa de Gaza”, cobrando uma postura mais firme da comunidade internacional diante do conflito. O presidente destacou ainda o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão por seu papel na trama golpista, apresentando o episódio como exemplo de resiliência institucional do Brasil.
O tom do discurso, firme e politizado, foi interpretado por analistas como uma mensagem dupla: de um lado, reafirmava a soberania brasileira frente a pressões externas; de outro, buscava se colocar como referência global em defesa da democracia, num momento em que os EUA, sob Trump, reforçam uma postura nacionalista e crítica a organismos multilaterais.
O encontro improvável com Donald Trump
Se o discurso de Lula foi marcado pela contundência, a parte mais surpreendente da agenda ocorreu fora do púlpito: um encontro rápido com Donald Trump. Em seu discurso, o presidente americano fez questão de mencionar a interação:
“Eu só faço negócios com pessoas de quem eu gosto. E eu gostei dele, e ele de mim. Por pelo menos 39 segundos nós tivemos uma química excelente, isso é um bom sinal.”
A fala, carregada do estilo característico de Trump, foi interpretada como uma tentativa de distensionar a relação com o Brasil após os atritos recentes, que incluíram sanções ao país e restrições a membros do governo. Para Lula, o encontro representou um gesto simbólico, ainda que superficial, de abertura de diálogo em meio ao ambiente de desconfiança.
O simbolismo político da viagem
A presença de Lula em Nova York, com direito a discurso contundente e um breve aperto de mãos com Trump, carrega forte simbolismo político. De um lado, reafirma o protagonismo do Brasil no cenário internacional, mantendo a tradição de abrir a Assembleia-Geral e se colocar como voz crítica ao desequilíbrio global. De outro, escancara as tensões diplomáticas com os EUA, ao mesmo tempo em que sinaliza que há espaço para algum nível de entendimento, ainda que mínimo.
Internamente, a viagem também funciona como instrumento político. O governo busca reforçar a imagem de Lula como estadista capaz de dialogar com diferentes polos internacionais, contrastando com a narrativa de isolamento que marcou parte da gestão Bolsonaro. Contudo, o custo elevado da comitiva e os episódios envolvendo ministros reforçam as críticas da oposição e levantam dúvidas sobre a eficiência do gasto público em meio a restrições fiscais.
Conclusão
A participação do Brasil na 80ª Assembleia-Geral da ONU foi marcada por contrastes: uma comitiva numerosa e dispendiosa, ausências relevantes, um discurso firme em defesa da democracia e uma cena improvável de cordialidade com Donald Trump.
Mais do que os números, o episódio mostra como o Brasil tenta equilibrar sua busca por protagonismo internacional com os desafios internos e externos que cercam sua política. Se a “excelente química de 39 segundos” mencionada por Trump terá algum efeito prático, ainda é cedo para saber. O certo é que, entre discursos inflamados, encontros inesperados e gastos milionários, a passagem de Lula e sua comitiva por Nova York entrou para a lista das mais comentadas participações brasileiras na ONU nos últimos anos.
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