Autorização permite à estatal iniciar perfuração em bloco; etapa é parte de estudo para avaliar presença de petróleo na região
A Petrobras obteve nesta 2ª feira (20.out.2025) a licença de operação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para iniciar a perfuração de um poço exploratório no bloco FZA-M-059, localizado em águas profundas do Amapá, na região da Margem Equatorial.
A perfuração deve começar imediatamente e tem previsão de duração de 5 meses. O objetivo é coletar informações geológicas e avaliar a viabilidade econômica de petróleo e gás na região. Não haverá produção nesta fase.
Segundo Magda Chambriard, presidente da Petrobras, a licença representa um avanço para o desenvolvimento do país e reforça o compromisso da companhia com a segurança ambiental e técnica.
“Esperamos obter excelentes resultados nessa pesquisa e comprovar a existência de petróleo na porção brasileira dessa nova fronteira energética mundial […] Vamos operar na Margem Equatorial com segurança, responsabilidade e qualidade técnica”.
A Petrobras cumpriu todos os requisitos do processo de licenciamento ambiental do Ibama, incluindo a realização, em agosto, de uma avaliação pré-operacional para testar os planos de resposta a emergências.
A empresa reforça seu compromisso com a exploração responsável da Margem Equatorial, destacando a importância da área para a segurança energética do Brasil e para a transição energética.
“Nesse processo, a companhia pôde comprovar a robustez de toda a estrutura de proteção ao meio ambiente que estará disponível durante a perfuração em águas profundas do Amapá. Vamos operar na Margem Equatorial com segurança, responsabilidade e qualidade técnica”, afirmou Magda.
PRÓXIMOS PASSOS
Com a emissão da licença de operação para perfuração do poço , a Petrobras dará início a uma perfuração com duração estimada de 5 meses, com o objetivo de coletar dados geológicos e avaliar se a área tem viabilidade econômica para produção.
Posteriormente, se os resultados forem positivos, o projeto poderá avançar para a instalação de unidades de produção e outras sondagens.
POTENCIAL
A região estende‑se ao longo de cerca de 2.200 km entre o extremo norte do Amapá e o litoral do Rio Grande do Norte, e engloba 5 bacias sedimentares: Foz do Amazonas, Pará‑Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.
Segundo estimativas do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) a área possui um volume de recursos de óleo e gás “in situ” da ordem de 1,1 milhão de barris por dia.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a exploração da Margem Equatorial é considerada fundamental para garantir a segurança energética do país e evitar que o Brasil volte à condição de importador de petróleo no médio prazo.
Estimativas do setor apontam que a área pode gerar mais de 300 mil empregos e injetar dezenas de bilhões de dólares em investimentos, com reflexos positivos para estados do Norte e Nordeste.
Margem Equatorial: CNI estima renda de R$ 175 bi e quase 500 mil empregos
Confederação também calculou entre R$ 3,6 bilhões e R$ 5,4 bilhões anuais em royalties
Um estudo do Observatório Nacional da Indústria da CNI (Confederação Nacional da Indústria) aponta que a exploração de petróleo na Margem Equatorial brasileira gere 495 mil empregos e tenha um impacto de R$ 175 bilhões no PIB.
De acordo com a CNI, o estudo considerou a existência de uma cadeia produtiva de máquinas, equipamentos e serviços de suporte nos estados do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, a partir da hipótese de operação de um bloco por estado, com produção estimada em 300 mil barris por dia, preço do barril a US$ 60 e câmbio de R$ 5,50.
A confederação também calculou o potencial de royalties: entre R$ 3,6 bilhões e R$ 5,4 bilhões anuais, além de R$ 270 milhões destinados às atividades de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I).
Nesta tarde, a CNI divulgou uma nota de apoio à exploração.
“A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifesta apoio à decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de conceder à Petrobras a licença para operação do primeiro poço em águas profundas na Margem Equatorial – região que se consolida como uma das novas fronteiras energéticas mais promissoras do país. A medida representa um avanço importante para avaliar o potencial de produção de petróleo e gás na costa norte brasileira, em área de alta relevância estratégica para uma transição energética justa e sustentável”, afirma o texto.
O setor de óleo e gás tem papel central na economia brasileira, respondendo por 9% do PIB industrial e por mais de R$ 1,8 trilhão em tributos e royalties arrecadados na última década.
Esses recursos são distribuídos entre União, estados e municípios, com aplicação em áreas como educação, saúde e políticas sociais.
Ela diz que “a ampliação das atividades na Margem Equatorial pode, portanto, contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento regional e para a redução das desigualdades socioeconômicas nas regiões Norte e Nordeste”.
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