O relator do caso, Marcelo Freitas, afirmou que o Conselho de Ética não deve atuar como censor de opiniões políticas
Durante a sessão, governistas tentaram reverter o parecer. O deputado Chico Alencar (PSol-RJ) apresentou voto em separado defendendo a cassação, enquanto Maria do Rosário (PT-RS) afirmou que o comportamento do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro “afronta a soberania nacional”. Ambos consideraram que o colegiado deu um mau exemplo ao arquivar a denúncia.
Já aliados do PL classificaram o processo como uma tentativa de retaliação política. O líder do partido, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que o episódio se resume a “divergências ideológicas” e não a condutas passíveis de punição ética. Eduardo Bolsonaro, convidado a participar da reunião de forma remota, preferiu não se manifestar.
O afago do líder do PL em Lindbergh na votação contra Eduardo
Líder do PL de Jair Bolsonaro na Câmara, o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ) fez um afago público do líder do PT de Lula, Lindbergh Farias (RJ), durante a sessão do Conselho de Ética nesta quarta-feira (22/10).
Ao argumentar contra a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que estava sendo analisada pelo conselho naquele momento, Sóstenes fez questão de dizer ser contra as representações contra o líder do PT.
“Quero terminar, Lindbergh, e dizer que as representações contra vossa excelência, eu também entendo que não cabe o prosseguimento. Porque não acho que isso aqui é um capo de batalha ideológico na política. A gente precisa ver o que é antiético. Antiético é bater na cara de colega deputado, que não foi cassado por isso aqui, antiético é dar pontapé nos outros, antiético é usar palavras que firam o decoro parlamentar. E não é cassar por que falou algo que eu não goste. A gente tem advertência por escrito”, disse o líder do PL na sessão.
O afago público de Sóstenes a Lindbergh confirma informação que a coluna publicou em 13 de outubro. Naquele dia, a coluna noticiou que o PL havia decidido poupar o líder do PT nos processos disciplinares dos quais é alvo no Conselho de Ética.
Conforme a reportagem da coluna, Sóstenes havia acertado com a bancada do PL que a legenda não responderia ao PT “na mesma moeda” e, assim, não insistiria nas representações contra Lindbergh no colegiado.
Atualmente, tramitam no Conselho de Ética três representações contra o líder do PT. Uma delas, protocolada pelo Novo, é relatada pelo deputado Fernando Rodolfo (PL-PE). As outras foram protocoladas pelo próprio PL.
Lindbergh é hoje uma das vozes mais estridentes contra o bolsonarismo na Câmara. Ainda assim, o líder petista mantém relação cordial com Sóstenes. Os dois dizem ser amigos, apesar das divergências políticas.
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