Donald Trump elogia política de imigração italiana e ameaça 'paralisação' se Congresso não aprovar reformas
Premiê italiano fechou os portos de seu país aos migrantes e rejeitou navios carregando refugiados resgatados no mar.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou nesta segunda-feira (30) as ações cada vez mais rígidas da Itália com relação à imigração no início da reunião com o premiê italiano, Giuseppe Conte, em Washington.
No Salão Oval da Casa Branca, Trump disse que era uma "grande honra" receber Conte e elogiou o líder italiano pelo "trabalho fantástico", afirmando que eles se entenderam bem na recente cúpula do G7 no Canadá.
"Eu concordo muito com o que você está fazendo em relação à migração, à imigração ilegal e até à imigração legal", disse Trump.
"Ele tomou uma posição muito firme na fronteira, uma posição que poucos países adotaram. E, francamente, ele está fazendo a coisa certa na minha opinião", declarou o presidente americano.
Na reunião, Trump e Conte discutiram um novo diálogo estratético entre os dois países em uma série de temas, como imigração e terrorismo.
"Focamos na necessidade urgente de proteger os nossos países do terrorismo e imigração descontrolada. Nossos países aprenderam que segurança nas fronteiras é questão de segurança nacional", declarou Trump em uma coletiva de imprensa após a reunião. "O premiê e eu estamos unidos na convicção de que nações fortes têm que ter fronteiras fortes", acrescentou.
Ameaça de paralisação do governo
Trump também ameaçou paralisar o governo federal se o Congresso não aprovar as reformas imigratórias que ele defende dentro de um pacote de gastos que precisa ser aprovado pelos parlamentares até o final de setembro.
"Se nós não tivermos segurança na fronteira, após muitos e muitos anos de conversa dentro dos Estados Unidos, eu não teria problema em fazer uma paralisação", disse Trump.
Perguntado se exigia a totalidade dos 25 bilhões de dólares que a Casa Branca havia solicitado para construir um muro na fronteira dos EUA com o México, assim como suas outras prioridades imigratórias, para evitar uma paralisação, Trump respondeu: "Eu sempre deixo espaço para negociação".
Posição de Conte
Conte quer alterar as regulamentações da União Europeia (UE) que preveem que pedidos de asilo devem ser responsabilidade de um único Estado-membro, geralmente aquele por onde o refugiado chegou ao continente.
A Itália argumenta que a legislação cria um peso injusto aos países na costa do Mediterrâneo. Seu novo governo populista engrossou o tom para pressionar outros países da UE a compartilhar a responsabilidade pelos refugiados recém-chegados.
Ele fechou os portos italianos aos migrantes e rejeitou diversos navios carregando refugiados resgatados no mar, ameaçando o futuro dessas operações.
A imigração e a proteção das fronteiras é um tema recorrente da administração Trump, que empregou em abril uma política de "tolerância zero" nas fronteiras americanas - uma decisão que levou à separação de centenas de crianças de seus pais, que entraram no país com a documentação irregular, e foi suspensa.
Além disso o presidente segue insistindo na necessidade de construir um muro com o México para solucionar o problema.
Impulso
Conte foi escolhido à frente do governo italiano pelos líderes de partidos que venceram as eleições em março, o eurocético Movimento 5 Estrelas e o de extrema direita Liga.
A imprensa italiana sugeriu que a reunião na Casa Branca vai impulsionar Conte, que costuma ficar à sombra do seu vice-primeiro-ministro e dos líderes dos partidos: Matteo Salvini, da Liga, e Luigi Di Maio, do M5E.
Comentários
Postar um comentário