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Polícia Federal divulga possíveis disfarces de Cesare Battisti

Italiano teve prisão preventiva decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux, mas está foragido. Extradição foi assinada pelo presidente Michel Temer na última sexta-feira.



Polícia Federal (PF) divulgou neste domingo (16) retratos com possíveis disfarces que o italiano Cesare Battisti poderia utilizar para se esconder.
Nas simulações elaboradas pela PF, o italiano aparece com barba, bigode, óculos escuros, diferentes tipos de chapéu e até com a cabeça raspada.
O italiano teve a prisão preventiva decretada pelo ministro do Supremo tribunal Federal (STF) Luiz Fux na quinta-feira (13). O ministro revogou uma liminar (decisão provisória) que impedia a extradição de Battisti até que o Supremo voltasse a analisar o caso e mandou prendê-lo.
A defesa de Battisti recorreu da decisão, pedindo que Fux reconsiderasse ou levasse a discussão ao plenário da Suprema Corte. O ministro ainda náo decidiu sobre este novo pedido.
Um dia depois, na sexta-feira, o presidente Michel Temer assinou o decreto de extradição do italiano.
Battisti é considerado foragido pela PF. O nome do italiano já está na lista de procurados pelo Brasil e pela Interpol, a polícia internacional.
Ele é acusado de ter cometido os crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Cesare Battisti foi condenado por quatro homicídios na Itália na década de 1970 (leia detalhes mais abaixo).
À espera da prisão e, consequente, extradição de Battisti, o governo italiano já enviou ao Brasil uma aeronave militar para levá-lo de volta para a Itália. O avião está no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo.
Três agentes italianos também vieram ao Brasil para fazer a escolta de Battisti para o país europeu no momento em que ele for capturado pela Polícia Federal.

Entenda o caso Battisti

  • A novela de Cesare Battisti no Brasil teve início durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). O italiano fugiu para o Brasil para evitar uma extradição para a Itália, onde ele foi condenado à prisão perpétua por conta de quatro homicídios ocorridos no país europeu na década de 1970;
  • À época, Battisti fazia parte da organização Proletários Armados pelo Comunismo. Ele foi condenado pela Justiça italiana por quatro homicídios praticados entre 1978 e 1979 contra um guarda carcerário, um agente de polícia, um militante neofascista e um joalheiro de Milão (o filho do joalheiro ficou paraplégico, depois de também ser atingido). O italiano se declara inocente;
  • Antes de fugir para o Brasil, Battisti passou por outros dois países. Em 1981, ele conseguiu fugir da penitenciária de Frosinone, perto de Roma, onde cumpria pena pela morte do joalheiro, e se refugiou na França. No ano seguinte, ele se mudou para o México;
  • Battisti retornou para a França em 1990 e lá passou a atuar como escritor de livros policiais. Em 2005, ele decidiu deixar a Europa após o Conselho de Estado da França ter autorizado a extradição dele para a Itália. Logo em seguida, ele embarca para o Brasil;
  • Em 2007, o italiano foi preso pela Polícia Federal no Rio de Janeiro e passou a cumprir prisão preventiva (sem prazo determinado) aguardando uma posição final sobre o pedido de extradição apresentado por Roma ao Palácio do Planalto;
  • Battisti conseguiu obter do governo Lula, em 2009, o status de refugiado político, baseado no "fundado temor de perseguição por opinião política", contrariando decisão do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare);
  • No fim de 2009, o STF julgou "procedente" o pedido de extradição feito pela Itália, entretanto, deixou a palavra final ao presidente da República;
  • Lula negou a solicitação do governo italiano em 31 de dezembro de 2010, último dia do governo do petista. Battisti deixou a penitenciária da Papuda, em Brasília, em junho de 2011, após ficar quatro anos na cadeia à espera de uma posição das autoridades brasileiras sobre o pedido de extradição;
  • A decisão de Lula gerou mal-estar diplomático com a Itália, que se estendeu pelo governo Dilma Rousseff;
  • Roma não desistiu da extradição e retomou conversas com o Brasil após Temer chegar à Presidência em razão do impeachment de Dilma;
  • No momento em que identificou as movimentações diplomáticas entre Brasil e Itália, a defesa de Battisti se antecipou e pediu ao Supremo uma liminar para impedir a entrega do italiano para as autoridades do país europeu. Na ocasião, Fux concedeu a liminar, a mesma que ele revogou nesta semana.


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