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A declaração de Bolsonaro foi dada a apoiadores na porta do Palácio da Alvorada ao justificar o não reajuste da tabela do Imposto de Renda. O presidente voltou a criticar a imprensa e disse que o coronavírus "foi potencializado pela mídia". Até esta terça, o Brasil registra 196.641 mortes pela Covid-19. A fala de Bolsonaro foi alvo de críticas de parlamentares.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (5) que o Brasil está quebrado e que ele não consegue fazer nada. Ele disse ainda que a pandemia de Covid-19 tem sido "potencializada pela mídia".
"Chefe, o Brasil está quebrado, e eu não consigo fazer nada. Eu queria mexer na tabela do Imposto de Renda, teve esse vírus, potencializado por essa mídia que nós temos. Essa mídia sem caráter. É um trabalho incessante de tentar desgastar para tirar a gente daqui e atender interesses escusos da mídia", disse o mandatário para um grupo de apoiadores na parte externa do Palácio da Alvorada.
As declarações de Bolsonaro foram transmitidas por um site bolsonarista.
As declarações do presidente destoam de posições apresentadas publicamente pela equipe econômica, que tem batido na tecla de que a atividade econômica do país está em plena recuperação, o que trará resultados positivos para a arrecadação de impostos.
Membros do Ministério da Economia ainda têm demonstrado confiança de que será possível avançar com a agenda de reformas estruturantes no Congresso, o que poderá dar um impulso a mais nas contas do governo e abrir margem no Orçamento para despesas com investimentos e programas sociais.
O discurso otimista vem sendo repetido pelo ministro Paulo Guedes (Economia) nos últimos meses. Segundo ele, a economia do Brasil está voltando em “V”, de forma mais acelerada do que em outros países. O argumento do ministro é que o governo tem condições de fazer reformas, acelerar privatizações e cumprir o teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas públicas à variação da inflação.
#Membros do Ministério da Economia ainda têm demonstrado confiança de que será possível avançar com a agenda de reformas estruturantes no Congresso, o que poderá dar um impulso a mais nas contas do governo e abrir margem no Orçamento para despesas com investimentos e programas sociais.
O discurso otimista vem sendo repetido pelo ministro Paulo Guedes (Economia) nos últimos meses. Segundo ele, a economia do Brasil está voltando em “V”, de forma mais acelerada do que em outros países. O argumento do ministro é que o governo tem condições de fazer reformas, acelerar privatizações e cumprir o teto de gastos, regra que limita o crescimento das despesas públicas à variação da inflação.
Em publicação em redes sociais nesta terça, mesmo após a fala de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, adotou tom diferente do pai e semelhante ao usado pela equipe econômica.
“Com o governo Jair Bolsonaro, o Brasil é um dos países que se recupera mais rapidamente do caos econômico gerado pela pandemia”, afirmou, ressaltando que a perspectiva para 2021 é de um ano “bem promissor”.
Em outras ocasiões, o presidente já havia afirmado que o Brasil estava quebrando. Ele tem declarado que o país não tem condições de manter o auxílio emergencial —encerrado em 31 de dezembro— por conta do cenário fiscal e do aumento do endividamento com gastos gerados no enfrentamento do coronavírus.
Ele também tem culpado políticas de isolamento social adotadas por governadores como corresponsáveis pela crise econômica do país.
O presidente se referiu ainda em sua fala à promessa de atualização da tabela do IR, mas a ideia nunca saiu do papel.
No Ministério da Economia a afirmação de Bolsonaro não foi interpretada como uma afronta às posições de Guedes. Pessoas próximas ao ministro afirmam que, apesar do tom mais duro da declaração, ela está alinhada com o que Guedes pensa.
Membros da pasta dizem que é correta a avaliação de que a situação fiscal do país é crítica e que medidas que gerem ampliação de gastos públicos não podem ser adotadas agora.
Erramos: o texto foi alterado
Diferentemente do publicado na versão original da reportagem, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse "Chefe, o Brasil está quebrado, e eu não consigo fazer nada" e não "Chefe, o Brasil está quebrado, eu não posso fazer nada".
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