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Steve Bannon, ex-estrategista de Trump, se entrega ao FBI e é liberado por juiz após concordar com exigências

 



Ele não foi prestar depoimento em uma comissão parlamentar que investiga a invasão do Congresso no dia 6 de janeiro. A Justiça considerou que ele tinha obrigação de cumprir o mandado.


Steve Bannon, aliado e ex-estrategista do ex-presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, se entregou ao FBI nesta segunda-feira (15). Ele é acusado criminalmente de ter desobedecido um mandado do comitê legislativo que investiga a invasão do Congresso dos EUA em 6 de janeiro.

Bannon foi liberado após se apresentar perante uma corte federal e não será detido antes de seu julgamento. Ele irá comparecer novamente à corte na quinta-feira.

Para que pudesse ser liberado, ele concordou com uma série de determinações feitas pelo juiz: check-ins semanais, entregar seu passaporte, notificar qualquer viagem para fora do distrito e buscar a aprovação do tribunal para viagens fora dos Estados Unidos.

Ele foi denunciado duas vezes por desacato na sexta-feira: por se recusar a comparecer para depor e por se recusar a fornecer documentos em resposta a uma intimação da comissão.



Steve Bannon chega a uma unidade do FBI para se entrar, em 15 de novembro de 2021 — Foto: Kevin Lamarque/Reuters

"Estamos derrubando o regime de Biden, eu quero que vocês fiquem focados, isso é só ruído", disse, antes de se entregar. Ele deve ser ouvido por um juiz ainda nesta segunda


Em outubro, a Câmara dos Representantes, de maioria democrata, aprovou uma resolução contra Bannon com 229 votos a favor - 9 deles de republicanos - e 202 contra, pedindo ao Departamento de Justiça que tomasse providências contra o ex-estrategista de Trump.



Steve Bannon antes de se entregar ao FBI, em 15 de novembro de 2021 — Foto: Jim Bourg/Reuters

A comissão de investigação quer que Bannon deponha por acreditar que ele "tinha algum conhecimento prévio dos acontecimentos extremos que aconteceram" em 6 de janeiro, quando Trump incentivou uma insurreição no momento em que o Congresso se reunia para ratificar a vitória eleitoral do agora presidente Joe Biden. O protesto logo se transformou numa tentativa de golpe contra o Legislativo, com a invasão ao prédio do Congresso.


Bannon deu declarações em seu podcast na véspera do ataque ao Capitólio que causaram a suspeita: "Será que o caos se vai instalar amanhã? Muitas pessoas me disseram: 'Se houvesse uma revolução, seria em Washington'. Bem, este vai ser o momento de vocês na história", disse Bannon aos seguidores.

Bannon usou argumento rejeitado

Bannon se amparou em uma ação judicial apresentada por Trump para impedir que certos documentos relacionados com os acontecimentos ocorridos sejam revelados. Ele pediu ao comitê que adie o seu comparecimento até que a Justiça decida o que fazer a respeito dessa ação de Trump, mas o pedido dele foi rejeitado.

Estrategistas de Trump

Em 2016, Bannon foi apontado como um dos estrategistas-chave da avalanche de boatos e mentiras que turbinaram a bem-sucedida campanha de Trump, fomentando rancor de setores do eleitorado conservador em questões como imigração.

Bannon, um ex-executivo dos setores bancário e de mídia que já comandou o site de ultradireita Breitbart News, também mantém laços estreitos com a família Bolsonaro, especialmente com o deputado de extrema direita Eduardo Bolsonaro, que costuma elogiar o americano.

Ele já prestou consultoria informal ao clã brasileiro e anunciou apoio a Jair Bolsonaro antes do segundo turno das eleições de 2018.



Steve Bannon se entregou ao FBI no dia 15 de novembro de 2021 — Foto: Kevin Lamarque/Reuters

Segunda prisão

Essa não é a primeira vez que Bannon é preso. Em agosto de 2020, ele foi detido sob a acusação de desviado dinheiro de uma campanha de apoio à construção de um muro entre os Estados Unidos e o México.

Na ocasião, ele pagou US$ 5 milhões de fiança e saiu da prisão.

A campanha "We Built That Wall" (nós construímos o muro, em tradução literal) arrecadou US$ 25 milhões (cerca de R$ 142 milhões) que foram doados por centenas de milhares de pessoas.

Segundo o Departamento de Justiça, ao menos US$ 1 milhão (aproximadamente R$ 5,64 milhões) teria ido para o próprio Bannon, que usou o dinheiro em outras de suas organizações ou para ele mesmo.


Fonte G1




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