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Veja a trajetória de Pedro Guimarães, presidente da #Caixa com o cargo ameaçado após denúncias de assédio sexual

 


Acusações de funcionárias do banco que se tornaram públicas nesta terça detalham abordagens de Guimarães. Ele é um dos integrantes da equipe econômica mais próximos do presidente Jair Bolsonaro.




Atingido por denúncias de assédio sexual contra funcionárias, o presidente da Caixa Econômica Federal , Pedro Guimarães, é um dos poucos nomes ainda na equipe econômica desde o início do governo Jair Bolsonaro.


Guimarães chegou ao governo por ser próximo tanto de Bolsonaro como do ministro da Economia, Paulo Guedes. Antes de aceitar o cargo, era um dos sócios do banco de investimentos Brasil Plural. Também entrou na administração Bolsonaro creditado por ter um perfil liberal. Assessorou, por exemplo, a privatização do Banespa, antigo banco estadual do estado de São Paulo.

Antes da campanha presidencial de 2018, ficou próximo de Bolsonaro ao levá-lo para um giro pelos Estados Unidos para conversas com investidores estrangeiros em outubro de 2017 e por ser um dos primeiros integrantes do mercado financeiro a apostar na candidatura do então deputado federal, como mostrou o blog da Julia Duailibi.


Guimarães também trabalhou com Paulo Guedes no banco BTG Pactual no período em que o ministro da Economia era sócio da instituição.

Na administração Bolsonaro, Guimarães ganhou destaque durante a pandemia do coronavírus. A Caixa Econômica Federal teve papel relevante na execução do Auxílio Emergencial, e, mais recentemente, no pagamento do Auxílio Brasil — programa social que substituiu o Bolsa Família.


Em um dos momentos mais controversos da sua administração, Guimarães colocou funcionários do banco para fazer flexões durante um evento de fim de ano da instituição em um hotel em Atibaia, no interior de São Paulo (veja o vídeo abaixo).

Presidente da Caixa coloca funcionários para fazer flexões em evento em Atibaia, SP

Presidente da Caixa coloca funcionários para fazer flexões em evento em Atibaia, SP

As imagens viralizaram na internet, geraram repercussão negativa e provocaram reação de entidades de classe, como o Sindicato dos Bancários de São Paulo, que classificou a prática como assédio moral.


Em outra polêmica, a Procuradoria da República no Distrito Federal decidiu investigar Guimarães por suposta pressão política sobre a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Em agosto do ano passado, a federação elaborou um texto com demais entidades de classe em que pedia "harmonia e colaboração" entre os poderes da República.


Antes de o manifesto ter sido divulgado, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil ameaçaram sair da Febraban, porque viram no texto um ataque político à gestão do presidente Jair Bolsonaro. À época, o procurador Anselmo Cordeiro citou reportagens segundo as quais o movimento dos dois bancos públicos foi coordenado por Guimarães.

Investigação


Fontes do Planalto já confirmam queda de Pedro Guimarães

Fontes do Planalto já confirmam queda de Pedro Guimarães

Denúncias de funcionárias embasaram uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) sobre a conduta de Guimarães. Desde esta terça (28), sob a condição de anonimato, se tornaram públicos relatos de funcionárias contando ações de Guimarães contra elas.


Elas contam, por exemplo, que o agora ex-presidente da Caixa as chamava para o quarto dele em hotéis durante viagens oficiais, pedindo remédios ou carregador de celular. Quando elas chegava, ele as recebia com trajes inadequados.

As funcionárias relatam também abraços forçados, em que ele passava a mão por partes íntimas delas (veja mais abaixo as falas das mulheres assediadas).

Relatos de assédio


A TV Globo falou com algumas funcionárias que relataram episódios de assédio que sofreram de Guimarães.


"Eu considero um assédio. Foi em mais de uma ocasião. Ele tem por hábito chamar grupo de empregados para jantar com ele. Ele paga vinho para esses empregados. Não me senti confortável, mas, ao mesmo tempo, não me senti na condição de me negar a aceitar uma taça de vinho. E depois disso ele pediu

 que eu levasse até o quarto dele à noite um carregador de celular e ele estava com as vestes inadequadas, estava vestido de uma maneira muito informal de cueca samba canção. Quando cheguei pra entregar, ele deu um passo para trás me convidando para entrar no quarto. Eu me senti muito invadida, muito desrespeitada como mulher e como alguém que estava ali para fazer um trabalho. Já tinha falado que não era apropriado me chamar para ir ao quarto dele tão tarde e ainda me receber daquela forma. Me senti humilhada".

Outra funcionária afirmou que, às vezes, o constrangimento era feito na frente de outros colegas:


"Por exemplo, pedir para abraçar, pegar no pescoço, pegar na cintura, no quadril. Isso acontecia na frente de outras pessoas. E, às vezes, essas promessas eram no pé de ouvido e na frente de outras pessoas, mas de forma com que outras pessoas não ouvissem."

 

Segundo ela, o assédio também ocorria nas viagens que o presidente da Caixa faz pelo país.


"Comigo foi em viagem, nessas abordagens que ele faz pedindo, perguntando se confia, se é legal. Abraços mais fortes, me abraça direito e nesses abraços o braço escapava e tocava no seio, nas partes íntimas atrás, era dessa forma."

 

Outra funcionária afirma que o presidente da Caixa era insistente.


"Eu só fingi que estava bebendo o vinho e tudo e aí ele ele começou a fazer umas brincadeiras. Aí na hora de pagar a conta pediu um abraço. Aí falou: 'Ah'. Eu tentei manter a distância. 'Ah, um abraço maior'. Eu fiquei muito sem graça, que eu já vi que ele já, né? A gente já sabe da fama. Eu sabia da fama dele já, então eu me reservei o máximo possível. E aí ele: 'não, mas abraça direito. Abraça direito, porque é... você não gosta de mim'. Aí na hora que ele, na terceira vez que ele fez eu abraçar ele, ele passou a mão na minha bunda."

"E aí. Fora assim, várias fotos. Ele, toda vez que vai tirar foto pega na cintura da gente com uma intimidade que não existe e isso deixa a gente muito constrangida. É muito sem graça assim. Eu me sinto meio violentada mesmo, quando ele tem esse tipo de atitudes, sabe?"

 

Algumas dessas mulheres dizem que simplesmente desistiram de usar o canal de denúncias oferecido pela Caixa. Elas afirmam que souberam de outros casos que não teriam sido levados adiante e contam que as vítimas até sofreram retaliações.

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Os números da gestão


Um dos motores da Caixa Econômica Federal na gestão Guimarães tem sido o crédito imobiliário — nos últimos três anos, alcançou R$ 400 bilhões. Só no primeiro trimestre deste ano a contratação somou R$ 34,4 bilhões, aumento de 17,8% em relação aos três primeiros meses de 2021.

Também neste primeiro trimestre, o banco reportou lucro líquido contábil consolidado de R$ 2,5 bilhões, o que representa uma queda de 44,5% na comparação com os três primeiros meses do ano passado, quando chegou a R$ 4,6 bilhões.


fonte G1





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