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Mina da #Braskem sofre #rompimento em #Maceió, diz Defesa Civil

 

O rompimento pôde ser percebido num trecho da Lagoa Mundaú, bairro do Mutange. Prefeito de Maceió compartilhou imagens do momento


A mina 18, da Braskem, que estava em risco de colapso desde o fim de novembro, sofreu um rompimento às 13h15 deste domingo (10/12). Segundo a Defesa Civil, o local está completamente desocupado e não há risco para pessoas. O rompimento pode ser percebido em trecho da Lagoa Mundaú, no bairro de Mutange

O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, confirmou o rompimento e compartilhou vídeos da Lagoa Mundaú. Confira: 



@ADS

Em nota, a Prefeitura de Maceió informou que, diante do rompimento da mina 18, o prefeito de Maceio solicitou reunião urgente com o governador de Alagoas, Paulo Dantas, a ser realizada ainda neste domingo (10), a fim de tratar dos desdobramentos do episódio e em busca de soluções que contem com a participação do governo estadual.

Mais cedo neste domingo, a Defesa Civil divulgou um boletim que apontou uma desaceleração no ritmo do afundamento do solo na área da mina da Braskem. A velocidade passou de 0,54cm/h para 0,52 cm/h — totalizando 2,35 metros de afundamento desde o dia 30 de novembro.


Imagem divulgada pelo prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, na tarde deste domingo mostra movimento na água ao redor da Mina 18 — Foto: Reprodução/Prefeitura de Maceió


A prefeitura de Maceió anunciou na tarde deste domingo que houve um rompimento na Mina 18 da Braskem, que estava sob alerta de risco de colapso desde o dia 29 de novembro. O alcance deste rompimento ainda está sendo monitorado, mas a Defesa Civil do município frisou não haver "qualquer risco" para a população, já que o entorno da mina está totalmente desocupado. Imagens aéreas feitas antes e depois do rompimento mostram alterações na cor e no nível da água.

Na última segunda-feira, 4 de dezembro, já havia um ligeiro avanço da água da Lagoa de Mundaú no aterro próximo ao acesso da Mina 18. Já o registro feito neste domingo pela prefeitura de Maceió, através de drone, mostra a água em movimento e ocupando uma porção maior da superfície.


Rompimento parcial da Mina 18 é perceptível neste domingo, na imagem à direita, pelo avanço da água em comparação com registro do último dia 4 (à esquerda) — Foto: Divulgação/Prefeitura de Maceió/10-12-2023 e Ailton Cruz/Agência O Globo/04-12-2023

O prefeito João Henrique Caldas (PL), que divulgou em suas redes sociais a imagem feita com drone neste domingo, se prepara para sobrevoar a região da Mina 18 no fim da tarde. Em nota, a prefeitura disse que "técnicos da Defesa Civil estão monitorando o local em busca de mais informações".

Segundo comunicado conjunto divulgado pela Defesa Civil de Maceió, Defesa Civil de Alagoas e Defesa Civil da União na semana passada, o risco de colapso da Mina 18 "atinge, restritamente, uma área com diâmetro aproximado de 78 metros", o equivalente a três vezes o raio detectado da mina.


Entorno da Mina 18 da Braskem em Maceió, no dia 4 de dezembro, antes do rompimento anunciado pela prefeitura neste domingo, 10 de dezembro — Foto: Ailton Cruz/Agência O Globo/04-12-2023

Em nota neste domingo, a Braskem não usou o termo "rompimento", adotado pela Defesa Civil de Maceió, e disse que câmeras ao redor da Mina 18 "registraram movimento atípico de água na lagoa Mundaú, no trecho sobre esta cavidade".

A empresa afirmou que houve registro de dois movimentos semelhantes, às 13h15 e às 13h45, e disse que o monitoramento realizado com satélite "captou a movimentação" do solo.


Imagem aérea feita pela Braskem, no dia 4 de dezembro, mostrou entorno da Mina 18 com trincas no solo e ligeiro avanço da água — Foto: Reprodução/Relatório da Braskem

*Especialistas avaliam que o tempo chuvoso em Maceió nos últimos dias, embora não interfira diretamente em um eventual colapso da Mina 18, pode ter agravado as condições de afundamento do solo. A área no entorno da mina em questão está fisicamente isolada pela Braskem desde o dia 21 de novembro, quando houve detecção de movimentos sísmicos e foi constatado o surgimento de rachaduras na superfície do solo.

No dia 28, a empresa avisou as autoridades que interrompeu todas as atividades, inclusive de preenchimento de outras minas, na região às margens da Lagoa de Mundaú. No dia seguinte, a Defesa Civil de Maceió alertou para o "risco iminente de colapso".

No sábado, dia 9 de dezembro, em comunicado enviado à Agência Nacional de Mineração (ANM), a Braskem relatou que houve uma aceleração do ritmo de afundamento do solo, no período que coincide com chuvas na capital alagoana. No período de 24h entre a tarde de sexta-feira e de sábado, segundo o comunicado, a velocidade de deslocamento do solo foi de 0,64 centímetros por hora.

Nos dois dias anteriores, conforme o relatório da Braskem, a velocidade havia sido de 0,36 cm/h e de 0,5 cm/h, respectivamente.


O afundamento do solo na antiga área de extração de sal-gema da Braskem em Maceió, às margens da Lagoa de Mundaú, foi detectado no início de 2018. No ano seguinte, o Serviço Geológico Brasileiro (CPRM) atestou que o afundamento tinha relação com a atividade de mineração. A Mina 18, que hoje tem situação mais problemática, é uma das 35 minas que a Braskem operava na região.

O acidente geológico atinge uma área que compreende cinco bairros de Maceió. Desde 2019, cerca de 57 mil pessoas, nos cálculos da Defesa Civil e do Ministério Público Federal (MPF), foram realocadas de suas casas, que passaram a ficar em áreas consideradas de risco.

Em paralelo ao agravamento da situação da Mina 18, a Justiça Federal determinou no último dia 30 que imóveis onde residem mais de cinco mil famílias sejam incluídos na "área de monitoramento". Nesta área a evacuação não é obrigatória, mas as famílias podem pleitear realocação e indenizações por parte da Braskem, por também estarem sujeitas a efeitos sociais, urbanísticos e ambientais do acidente geológico.






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