Resumo da noticias
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e outras entidades voltaram a ocupar a sede do Incra em Alagoas nesta segunda-feira 29, em protesto contra a nomeação de Junior Rodrigues do Nascimento como superintendente do órgão. Ele foi alçado ao posto por indicação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Cerca de 400 assentados participam da ação, que integra o cronograma do Abril Vermelho, período em que o MST intensifica seus protestos em lembrança ao massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996. Os manifestantes afirmam que a indicação do novo superintendente "representa a continuidade da gestão com traços do bolsonarismo".
Junior Rodrigues chegou à superintendência após o governo federal exonerar o advogado Wilson Cesar de Lira Santos, primo de Lira. Ele foi demitido após reiterados apelos do MST, que reivindicava a exoneração desde o ano passado.
Conforme revelou Noticia sem censura, havia um acordo para que Cesar deixasse o cargo em março, quando sairia para disputar uma prefeitura alagoana. Ele, todavia, desistiu de concorrer e desejava se manter no posto. A exoneração irritou o presidente da Câmara, que disse a aliados ter sido informado apenas pelo Diário Oficial da União.
A mudança adicionou uma camada à tensão na relação entre o Congresso e Lira. A fim de conter o desgaste, uma equipe do governo federal foi mobilizada para convenccr o deputado a indicar um nome mais palatável.
Junior foi diretor-presidente da Naturagro, uma entidade com sede em Maceió que representa beneficiários do programa nacional de reforma agrária. A portaria que oficializou sua nomeação foi publicada no último dia 26.
O MST, porém, defende que o servidor do Incra José Ubiratan seja escolhido para o comando da superintendência.
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"A nomeação de Junior acende mais uma luz amarela na condução da política agrária em Alagoas que tem sua cadeira rifada aos interesses individuais em virtude das necessidades coletivas das comunidades e organizações camponesas no estado", sustentam os sem-terra.
O MST e outros movimentos que lutam pelo acesso à terra ocuparam nesta segunda-feira (29) a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Maceió. São cerca de 400 trabalhadores rurais que protestam contra a nomeação de Junior Rodrigues do Nascimento para superintendência do órgão em Alagoas. Isso porque se trata, mais uma vez, de um nome indicado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
"Os oito movimentos que lutam pela terra e pela reforma agrária em Alagoas ocupam a sede do Incra para dizer ao governo federal e para o ministro Paulo Teixeira que o superintendente que foi nomeado não tem compromisso nenhum. Por isso estamos aqui para dizer que a reforma agrária precisa avançar", disse Margarida Maria, da coordenação do MST no estado.
Após longa pressão dos camponeses, em 16 de abril, o governo demitiu Wilson César de Lira Santos, primo de Lira, que ocupava a superintendência do Incra desde o governo Temer. Nesse sentido, os movimentos o consideravam como um "bolsonarista raiz" e "inimigo da reforma agrária".
Eles então apoiaram a indicação do engenheiro agrônomo José Ubiratan Rezende Santana, o Bira, funcionário de carreira do Incra. Lira então teria reagido, reivindicando a retomada do Incra em seu estado. Nos últimos dias, o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Paulo Teixeira, chegou a admitir que recebeu de Lira a indicação de um novo nome. Disse também que eventual "crise" com o presidente da Câmara estaria "superada". A exoneração de Bira ocorreu ainda na semana passada, assim como a nomeação de Junior Nascimento.
Compromisso
Com faixas, palavras de ordem, bandeiras e ferramentas, os movimentos destacam que não vão aceitar a nova indicação. Sinalizam, portanto, para a construção de uma ampla agenda de luta que paute a nomeação de um superintendente que esteja alinhado aos desafios e expectativas da pauta agrária no estado.
"Estamos ocupando contra essa indicação de Arthur Lira para a superintendência do Incra no estado. Queremos pessoas que tenham compromisso com os movimentos sociais, com os trabalhadores, acampamentos e assentamentos", disse uma representante da Frente Nacional de Luta (FNL).
Além do MST e da FNL, também participam da ocupação trabalhadores rurais ligados a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento Social de Luta (MSL), Movimento Popular de Luta (MPL), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL) e Movimento Terra Livre (MTL).
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