Ex-governador alega que ex-presidente pode ‘ter se confundido’
Ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel prometeu “resolver o caso” do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) — investigado por suposta prática de rachadinha em sua equipe. Contudo, em troca, havia uma condição: que ele tivesse uma vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Essa é uma informação dita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro durante reunião gravada em agosto de 2020. O áudio perdeu sigilo nesta segunda-feira (15) por ordem do ministro Alexandre de Moraes. Essa gravação teria sido feita por Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
“O ano passado, no meio do ano, encontrei com o Witzel, não tive notícia... (trecho inaudível) bem pequenininho o problema. Ele falou, resolve o caso do Flávio. ‘Me dá uma vaga no Supremo’. Não sei para quem seria”, disse Bolsonaro.
Essa vaga seria para o juiz Flavio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro. Ele chegou a atuar em análises judiciais do caso envolvendo o senador.
Esse trecho está na gravação do processo que trata sobre a existência de uma “Abin paralela”, que atuaria para monitorar ilegalmente adversários e desafetos do ex-presidente.
Em nota, Witzel diz que nunca manteve “qualquer relação pessoal ou profissional com o juiz Flavio Itabaiana e jamais ofereci qualquer tipo de ‘auxílio” a qualquer um” durante seu governo.
“O Presidente Jair Bolsonaro deve ter se confundido e não foi a primeira vez que mencionou conversas que nunca tivemos, seja por confusão mental, diante de suas inúmeras preocupações, seja por acreditar que eu faria, a nível local, o que hoje se está verificando que foi feito com a Abin e Policia Federal. No meu governo, as Polícias Civil e Militar sempre tiveram total independência e os poderes foram respeitados. A história e tudo o que aconteceu comigo comprovam isso”, diz Witzel.
Ao derrubar o sigilo do áudio, Moraes pontua que uma eventual divulgação parcial de trechos da gravação poderia causar prejuízos à correta informação sobre o caso.
Filho “01" do ex-presidente, Flávio foi investigado por um suposto esquema de rachadinha com funcionários de sua equipe. Eles seriam obrigados a entregar parte de seus salários para o político quando ele ainda era deputado estadual
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