Desde a suspensão do X no Brasil, o Bluesky já ganhou mais de 2 milhões de usuários brasileiros
CEO do Bluesky sai em defesa de Lula (Foto: Divulgação, Redes sociais)
Jay Graber, a CEO da plataforma Bluesky, concorrente do X, se manifestou contra as críticas de Elon Musk em relação ao governo do presidente Lula (PT). O bilionário dono do X fez vários comentários contrários ao governo brasileiro após a suspensão da rede social no Brasil. Em entrevista ao Correio Brasiliense, Graber disse que “reconhecemos o governo brasileiro como um governo eleito democraticamente pelo seu povo”.
A empresária também anunciou que pretende “respeitar totalmente as leis e autoridades locais do Brasil e tomar decisões de moderação de conteúdo caso a caso, de acordo com nossas Diretrizes da Comunidade”. Desde a última sexta-feira (30), quando o X foi suspenso em território nacional, a rede social gerida por Jay já ganhou mais de 2 milhões de usuários brasileiros.
Graber comemorou os downloads do aplicativo e agradeceu os brasileiros pela adesão ao Bluesky. A CEO escreveu: “Os brasileiros foram o primeiro grande grupo de usuários a se juntar quando o Bluesky entrou em beta em abril passado — estamos muito felizes em poder apoiar todos que estão se juntando agora!”.
A equipe do Bluesky também anunciou diversas atualizações para melhorar a experiência dos brasileiros na plataforma. Dentre elas, a possibilidade de publicar vídeos de até um minuto e a criação dos trend topics, um meio de acompanhar os assuntos mais comentados no país em tempo real.
Desenvolvedor do Bluesky recebe carinho dos brasileiros
Um dos desenvolvedores do aplicativo, Paul Fraze, viralizou no último sábado (31) com uma foto trabalhando para receber os novos usuários com um par de asinhas azuis, tal qual o ícone do Bluesky. Os brasileiros que aderiram ao aplicativo apreciaram o gesto e teceram diversos elogios à Paul. O desenvolvedor revelou nesta terça-feira (3) estar adorando ser chamado de “pai” e “fofo” pelos usuários.
Entenda a suspensão do X
Após Elon Musk comprar o Twitter em agosto de 2022 e o renomear de “X”, a rede social passou por diversas mudanças técnicas e internas. Porém, o ponto de intersecção com o Brasil começou a ocorrer durante o período eleitoral e, posteriormente, em investigações sobre a influência das redes sociais em ataques ao Estado Democrático de Direito.
Durante o andamento do Inquérito das Milícias Digitais, entre 2020 e 2021, diversos perfis foram bloqueados/derrubados do X por serem considerados associados a milícias digitais contra o Estado Democrático de Direito. A desativação desses perfis aconteceu por determinação do ministro Alexandre de Moraes.
Anos depois, em resposta à decisão da Justiça brasileira, o bilionário ameaçou descumprir a determinação do STF sob a justificativa de censura. A tréplica de Moraes veio no dia 7 de maio de 2024 ao determinar a inclusão de Elon Musk no mesmo inquérito, por obstrução de justiça, abuso de poder econômico e incitação ao crime. A decisão veio atrelada a uma multa de R$ 100 mil para cada perfil derrubado que fosse reativado pelo X.
A ação da Justiça brasileira movimentou diversas manifestações no território nacional e no exterior, impulsionada pelo discurso de Musk de que o ministro do STF estaria ferindo o “direito de expressão” dos usuários da rede social.
Em agosto de 2024, Moraes definiu que caso a companhia de Elon Musk não definisse um representante legal no Brasil, como determina a legislação do país, a rede social seria suspensa. O bilionário respondeu que não cumpriria as determinações e, assim, no dia 30 de agosto, o X foi suspenso.
*Sob supervisão de Luana Amorim
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