Sertanejo é investigado pela Operação Integration, mesma que prendeu Deolane Bezerra
O cantor Gusttavo Lima teve a prisão decretada pela juíza Andrea Calado da Cruz, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, nesta segunda-feira (23). O sertanejo é investigado na Operação Integration, a mesma investigação em que foi presa a influenciadora e advogada Deolane Bezerra.
Segundo informações divulgadas pela Folha de São Paulo, que teve acesso ao processo que tramita em sigilo, a juíza acatou pedido da Polícia Civil de Pernambuco e rejeitou argumentos do Ministério Público de Pernambuco, que, na sexta-feira (20), tinha pedido a substituição de prisões preventivas por outras medidas cautelares.
A magistrada destaca que o cantor, que se chama Nivaldo Batista Lima, deu abrigo a foragidos no âmbito da investigação, o que, segundo ela, demonstra "alarmante falta de consideração pela Justiça".
Ela acrescenta ainda que, ao retornar de uma viagem a Grécia, uma aeronave transportou Gusttavo Lima e outros dois investigados, e pode ter deixado os investigados no exterior.
Na ida, a aeronave transportou Nivaldo Lima e o casal de investigados, seguindo o trajeto Goiânia - Atenas - Kavala. No retorno, o percurso foi Kavala - Atenas - Ilhas Canárias - Goiânia, o que sugere que José André e Aislla possam ter desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias, na Espanha. Esses indícios reforçam a gravidade da situação e a necessidade de uma investigação minuciosa, evidenciando que a conivência de Nivaldo Batista Lima com foragidos não apenas compromete a integridade do sistema judicial, mas também perpetua a impunidade em um contexto de grave criminalidade", diz.
"Sua intensa relação financeira com esses indivíduos, que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas. A conexão de sua empresa com a rede de lavagem de dinheiro sugere um comprometimento que não pode ser ignorado", acrescentou a juíza.
Operação Integration
A Operação Integration da Polícia Civil de Pernambuco foi deflagrada no dia 4 de agosto, quando foram cumpridos 10 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão e apreendeu mais de R$ 150 milhões em bens e dinheiro. A operação segue com diligências em curso.
Dentre os alvos, estão grupos ligados a bets (sites de apostas esportivas, que são regulares), mas a investigação mira sites de jogos de azar, que são ilegais.
Segundo as autoridades, a organização criminosa realiza lavagem de dinheiro por meio de empresas de eventos, publicidades, casas de câmbio e seguros.
Além de Gusttavo Lima, que teve a prisão decretada, estão presas a influenciadora digital e advogada Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra. Deolane fazia a divulgação da Esportes da Sorte, que também está sendo investigada.
O empresário proprietário da VaideBet também está sendo investigado. José André da Rocha Neto também é dono de outras empresas, dentre elas a JMJ Participações, que comprou um avião que foi apreendido na operação policial.
O avião estava em nome de uma empresa do cantor Gusttavo Lima, que afirma ter vendido a aeronave para JMJ. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirma a venda e afirma que o avião está em nome do artista sertanejo enquanto não é concluído o pagamento integral pela venda.
A defesa de Deolane Bezerra afirmou ser vítima de "grande injustiça" e disse que "as questões legais estão sendo tratadas com seriedade e transparência"
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