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O que sabemos sobre as explosões de #pagers que deixaram milhares de feridos no Líbano

 Caso aumenta tensão no Oriente Médio e risco de escalada no conflito entre Hezbollah e Israel


Ao menos nove pessoas foram mortas e cerca de 2,8 mil ficaram feridas após pagers usados ​​por integrantes do Hezbollah explodirem simultaneamente em todo o Líbano.

O grupo armado culpou Israel, mas os militares israelenses não comentaram o caso. Ainda assim, Noticias sem censura apurou que Israel está por trás do ataque.

Veja o que se sabe sobre as explosões até agora na matéria abaixo.


Quando e onde as explosões aconteceram?

As explosões começaram por volta das 15h30, no horário local, no sul do Líbano, nos subúrbios ao sul de Beirute, conhecidos como Dahiyeh, e no vale oriental de Bekaa — todos redutos do Hezbollah.

Demorou cerca de uma hora para o fim das explosões, segundo testemunhas da Reuters e moradores.


De acordo com fontes de segurança e vídeos revisados pela Reuters, algumas das detonações ocorreram depois que os pagers tocaram, fazendo com que os combatentes colocassem as mãos neles ou os levassem até o rosto para verificar a tela.

Quão poderosas foram as explosões?

As explosões foram relativamente contidas, mas capazes de causar ferimentos graves. Analisando dois vídeos de câmeras de segurança de supermercados, os estouros pareceram ferir apenas a pessoa que usava o pager ou mais próxima dele.

Filmagens feitas em hospitais e compartilhadas nas redes sociais mostraram indivíduos com ferimentos de vários graus, incluindo no rosto, dedos e ferimentos abertos no quadril, onde o pager provavelmente estava.

As explosões não pareciam causar grandes danos ou iniciar incêndios.

Que tipo de pager explodiu?

Os pagers são dispositivos de comunicação, criados muito antes dos celulares se popularizarem. Saiba mais através desta matéria.

Imagens de pagers destruídos analisadas pela Reuters mostraram um formato e adesivos na parte traseira que se assemelhavam a dispositivos feitos pela Gold Apollo, uma fabricante sediada em Taiwan.

Ambulâncias em Beirute, Líbano, enquanto as forças de segurança atuam após explosões de pagers
Ambulâncias em Beirute, Líbano, enquanto as forças de segurança atuam após explosões de pagers • Houssam Shbaro/Anadolu via Getty Images

A empresa não respondeu imediatamente às perguntas da Reuters. O Hezbollah também não respondeu a questionamentos sobre a fabricação dos pagers.

Três fontes pontuaram à Reuters que os pagers que detonaram eram do modelo mais recente trazido pelo grupo armado nos últimos meses.

O que causou as explosões?

Uma teoria é que houve uma violação de segurança cibernética, fazendo com que as baterias de lítio dos pagers superaquecessem e detonassem.

Outra é que este foi um “ataque à cadeia de suprimentos”, fazendo com que os dispositivos fossem adulterados durante o processo de fabricação e envio.

Saiba mais através desta matéria.

Quem está por trás do caso?

O Hezbollah, o Irã e o Líbano acusaram Israel de estar por trás do suposto ataque, classificando a ação como “terrorismo”.

Os militares israelenses disseram que não vão comentar o caso.

CNN descobriu que Israel está por trás do ataque.

Os Estados Unidos negaram participação e pontuaram que não tiveram conhecimento de um plano para ação do tipo.

Por que o Hezbollah usa pagers?

Os combatentes do grupo armado começaram a usar pagers como um meio de baixa tecnologia para tentar evitar que Israel rastreie suas localizações, segundo duas fontes pontuaram à Reuters.

Em um discurso televisionado há mais de seis meses, o secretário-geral do grupo, Hassan Nasrallah, pediu aos militantes e suas famílias no sul do Líbano que renunciassem aos celulares.


Por que e como os pagers do Hezbollah explodiram? Veja possíveis explicações





Especialistas compartilharam teorias sobre como centenas de pagers — um tipo de dispositivo de comunicação — podem ter explodido simultaneamente no Líbano nesta terça-feira (17). Milhares de pessoas ficaram feridas e houve mortos.

Uma teoria é que houve uma violação de segurança cibernética, fazendo com que as baterias de lítio dos pagers superaquecessem e detonassem.

Outra é que este foi um “ataque à cadeia de suprimentos”, fazendo com que os dispositivos fossem adulterados durante o processo de fabricação e envio.


David Kennedy, um ex-analista de inteligência da Agência de Segurança Nacional dos EUA, disse à Noticias sem censura que as explosões parecem ser “grandes demais para que isso seja um hack remoto e direto que sobrecarregaria o pager e causaria uma explosão de bateria de lítio”.

Kennedy avaliou, então, que acha a segunda teoria mais plausível.


“É mais provável que Israel tivesse agentes humanos… no Hezbollah… Os pagers teriam sido implantados com explosivos e provavelmente só detonariam quando uma determinada mensagem fosse recebida”, destacou.

O Hezbollah, o Líbano e outros grupos acusaram Israel pelo caso. Os militares israelenses disseram que não vão comentar o acontecimento.

“A complexidade necessária para fazer isso é incrível. Teria exigido muitos componentes de inteligência e execução diferentes. A inteligência humana seria o principal método usado para fazer isso, junto com a interceptação da cadeia de suprimentos para fazer modificações nos pagers”, acrescentou Kennedy.

Paul Christensen, especialista em segurança de baterias de íons de lítio na Universidade de Newcastle, disse à agência de notícias Reuters que o nível de dano causado pelas explosões dos pagers parecia inconsistente com casos conhecidos de falhas dessas baterias no passado.

A SMEX, uma organização libanesa de direitos digitais, afirmou à Reuters que Israel poderia ter explorado uma fraqueza no dispositivo para fazê-lo explodir, reforçando a tese de terem sido adulterados.

As forças de inteligência israelenses já colocaram explosivos em telefones para atingir inimigos, de acordo com relatos anteriores no livro Rise and Kill First.

Hackers também demonstraram a capacidade de injetar código malicioso em dispositivos pessoais, fazendo com que superaquecessem e explodissem em alguns casos.

*com informações da Reuters






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