Tarek William afirma que o presidente usou episódio como “álibi” para faltar à cúpula do Brics e evitar desconforto com Maduro
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) forjou seu acidente doméstico para não comparecer à cúpula do Brics, realizada de 22 a 24 de outubro em Kazan, na Rússia.
Sem provas, Saab disse que “fontes diretas e próximas do Brasil” o informaram que Lula usou o episódio como “álibe” para evitar desconfortos com o presidente Nicolás Maduro por ser contra a entrada da Venezuela no bloco.
Fontes diretas e próximas do Brasil me informaram que o presidente Lula da Silva manipulou um suposto acidente para usá-lo como álibi para não comparecer à recente Cúpula do Brics, e que esta versão nada mais foi do que uma farsa para perpetrar o veto contra a Venezuela”, escreveu o procurador em seu perfil no Instagram neste sábado (26.out.2024).
Saab também publicou um vídeo de Lula onde afirma que o presidente apareceu “sorridente e ileso, deixando claro que usou o referido ‘acidente’ para mentir ao Brasil, aos Brics e ao mundo inteiro”.
“O que se espalhou com muita força como boato, infelizmente parece ser corroborado com um vídeo divulgado ontem, onde o presidente Lula é visto saudável, no uso de suas faculdades e agindo com total cinismo”, escreveu o Saab.
O vídeo no qual o procurador se refere é de 6ª feira (25.out), quando Lula foi a cerimônia de assinatura do acordo de repactuação de Mariana (MG), no Planalto. O evento foi a 1º aparição pública do petista desde o acidente. Os pontos que levou depois da queda no banheiro, no último sábado (19.out), eram visíveis.
ACIDENTE DE LULA
Lula teve que cancelar sua viagem à Rússia depois de sofrer um acidente doméstico no Alvorada em 19 de outubro, dia anterior ao embarque para Kazan.
Na ocasião, o petista caiu num banheiro, sentado num banquinho. Lula se levantou e, quando voltou a se sentar, o banquinho escorregou para trás e o presidente caiu batendo a cabeça. Levou 6 pontos no local.
Foi recomendado pela equipe médica do presidente que ele evitasse viagens longas. Com isso, Lula enviou o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) para representá-lo no evento. O chefe do Executivo participou por videoconferência.
A orientação repassada pelo governo para a delegação que foi à cúpula do Brics era barrar a entrada de novos países no bloco, que já passou por uma expansão recente –Irã, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Egito ingressaram em janeiro.
O veto do Brasil à entrada da Venezuela em específico foi motiva pela recusa de Maduro em divulgar as atas eleitorais para comprovar a veracidade do pleito –no qual ele foi reeleito para mais um mandato.
A medida desagradou o governo venezuelano. Na 5ª feira (24.out), Maduro comparou Lula a Bolsonaro e disse que o veto brasileiro foi uma “agressão” a Caracas.
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