Negociador afirmou ter recebido instruções expressas para rejeitar a inclusão do tema em declaração final da cúpula
No centro da controvérsia está a taxação dos super-ricos, uma pauta defendida pelo ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad. Em julho, Haddad havia garantido um texto que reconhecia a importância de um "diálogo global sobre tributação justa e progressiva", incluindo indivíduos com altíssimo patrimônio.
A inclusão, mesmo moderada, foi vista como uma vitória do Brasil. No entanto, a Argentina agora tenta remover qualquer referência ao tema, o que negociadores brasileiros interpretam como um gesto alinhado às políticas do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que defende a manutenção de cortes tributários para os mais ricos e empresas.
Além disso, a delegação argentina também se opôs a trechos que abordam igualdade de gênero e empoderamento feminino, além de demonstrar resistência às metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Esses pontos, voltados para a sustentabilidade, erradicação da pobreza e proteção ambiental até 2030, são pilares da Agenda 2030, amplamente apoiada em cúpulas internacionais.
As posições de Buenos Aires intensificam as tensões no G20, um fórum que reúne as maiores economias do mundo, e podem dificultar a construção de consensos para a declaração final da cúpula.
Comentários
Postar um comentário