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Dólar fecha em R$ 5,91, maior valor da história, com incerteza fiscal; bolsa despenca

 A demora pela divulgação das medidas tem gerado nervosismo no mercado e pressão sobre os ativos brasileiros, com o dólar frequentemente rondando o patamar de R$ 5,80


O dólar avançava frente ao real e batia a marca dos R$ 5,90 na tarde desta quarta-feira (27), enquanto investidores aguardam o anúncio de medidas de contenção de gastos pelo governo e impera um rumor sobre isenção do Imposto de Renda (IR).

O dólar à vista encerrou a sessão com uma alta de 1,80%, a R$ 5,9141 na venda. Já o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, despencou 1,73%, a 127.668,61 pontos.

A expectativa é de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anuncie a isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas que ganham até R$ 5 mil nesta quarta-feira (27). O anúncio será feito em pronunciamento em rede nacional marcado para às 20h30.


A proposta vai ser enviada ao Congresso Nacional pelo governo junto com o pacote de cortes de gastos que vem sendo elaborado pela equipe econômica desde o fim das eleições municipais.

Esse arranjo também deve ser detalhado pelo ministro durante o pronunciamento.



À espera de pacote de gastos no Brasil


A demora pela divulgação das medidas, que haviam sido prometidas para depois do segundo turno das eleições municipais, há um mês, tem gerado nervosismo no mercado e pressão sobre os ativos brasileiros, com o dólar frequentemente rondando o patamar de R$ 5,80.


Nesta quarta-feira (27), às 20h30, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fará um pronunciamento em rede nacional, sobre o pacote de cortes de gastos.

Na terça-feira (26), dados acima do esperado para o IPCA-15 de novembro consolidaram expectativa de um aperto monetário mais agressivo por parte do Banco Central em sua reunião de dezembro.


A curva precificava nesta manhã 69% de chance de o Copom elevar a Selic em 75 pontos-base, para 12,00% ao ano, em dezembro, acelerando o ritmo de aperto após aumento de 50 pontos no encontro deste mês.


“Realmente a inflação continua sendo uma preocupação e naturalmente é algo relacionado também à percepção de fragilidade fiscal, o que coloca importância e mesmo pressão para que haja um pacote de corte de gastos”, disse Gesner Oliveira, professor da FGV e sócio da GO Associados.


No cenário externo


Investidores buscam sinais sobre os próximos passos do Federal Reserve nos ajustes da política monetária dos EUA.

Operadores estão colocando 63% de chance de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros pelo Fed no próximo mês.


A economia dos Estados Unidos cresceu em um ritmo sólido no terceiro trimestre, confirmou o governo nesta quarta-feira, em meio a gastos robustos dos consumidores.


O Produto Interno Bruto aumentou a uma taxa anualizada não revisada de 2,8%, informou o Departamento de Comércio em sua segunda estimativa do PIB do terceiro trimestre.


Também estavam no radar anúncios do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Ele confirmou na terça-feira (26) a indicação de Jamieson Greer como representante comercial do país, um dia após prometer impor tarifas sobre México, Canadá e China.


Analistas têm ressaltado que as medidas prometidas por Trump, incluindo tarifas e cortes de impostos, tendem a favorecer o dólar devido ao seu potencial inflacionário, o que manteria os juros elevados nos EUA.


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