Essa foi a maior cotação da moeda americana em 30 anos, alcançado em setembro de 2002, considerada a inflação no Brasil e nos Estados Unidos
A Máxima Histórica do Dólar em Termos Reais: R$ 8,75
Em setembro de 2002, o dólar alcançou sua maior cotação em termos reais nos últimos 30 anos, chegando a impressionantes R$ 8,75, quando ajustado pela inflação tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Embora o valor nominal do dólar tenha ficado abaixo disso em momentos recentes, ao considerar a inflação acumulada nos dois países, essa cifra de 2002 permanece a mais alta.
O Contexto da Época
Esse recorde foi atingido em meio a uma grande instabilidade econômica e política no Brasil:
- Crise de confiança: O cenário eleitoral trazia incertezas, com investidores preocupados sobre a transição para o governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
- Fuga de capitais: Muitos investidores retiraram dinheiro do Brasil, pressionando o câmbio.
- Alta do risco Brasil: O "Risco País" disparou, atingindo 2.400 pontos.
Por que ajustar pela inflação importa?
Quando se compara a cotação do dólar ao longo do tempo, é fundamental levar em conta a inflação acumulada, pois ela reflete a perda de poder de compra da moeda. Ajustar valores permite uma análise mais precisa, considerando a realidade econômica em diferentes períodos.
- Inflação nos EUA: O dólar sofreu depreciação ao longo dos anos.
- Inflação no Brasil: A desvalorização do real foi ainda mais intensa devido ao histórico inflacionário.
Comparação com os dias atuais
Em valores nominais, o dólar chegou a R$ 5,78 em 2020, durante a pandemia de COVID-19, mas esse valor ajustado pela inflação não superou os R$ 8,75 de 2002.
Esse marco histórico nos lembra como crises políticas e econômicas impactam o câmbio e reforçam a importância de políticas econômicas sólidas para preservar a estabilidade da moeda.
O que você acha desse cenário? Você lembra dessa época ou sente os reflexos de desvalorizações cambiais atuais? Comente! 😊
O recorde que a cotação do dólar bateu nesta sexta-feira (29/11), ao atingir a marca de R$ 6,05 (Ptax, valor divulgado pelo Banco Central), é nominal. Ou seja, o valor não considera uma série de variantes, como é o caso da inflação. Levando-se esses fatores em conta, a moeda americana está longe da máxima histórica.
Um levantamento realizado pela consultoria Elos Ayta – com base em dados dos últimos 30 anos – mostra que, levando-se em conta a inflação no Brasil (IPCA) e nos Estados Unidos (CPI-U), o dólar atingiu o maior valor real em setembro de 2002. Na ocasião, a moeda americana chegou a R$ 8,75 (o número corrigido), quando o mercado entrou em pânico com a vitória iminente de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais.
Outros picos superiores ao atual foram registrados em julho de 2001, com R$ 6,40, e em outubro de 2020, com R$ 6,73.
Einar Rivero, sócio e analista da Elos Ayta, observa que o cálculo se baseia na paridade de poder de compra (PPC), ou PPP (purchasing power parity, na sigla em inglês). Esse critério considera apenas a inflação acumulada nos dois países. Mas outros fatores que influenciam o câmbio, como a taxa de juros, os níveis de reservas internacionais, o risco país e o fluxo de capitais, ficam de fora do cálculo.
Nos últimos pregões, a moeda americana valorizou-se de forma intensa, como uma reação do mercado ao pacote de corte de gastos e mudanças na faixa de isenção do Imposto de Renda. Na quinta-feira, o dólar à vista fechou a R$ 5,91. No ano, o dólar registra valorização de 21,84% em relação ao real.
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