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Lula critica mercado e diz que economia “vai crescer 3% ou um pouco mais de 3%”

 Em seu discurso durante um evento do setor da construção, Lula voltou a dizer que seu governo tem o compromisso de fazer o Brasil “voltar à normalidade democrática" e "à normalidade civilizatória”


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a reclamar nesta terça-feira (26) dos prognósticos menos otimistas de parte do mercado financeiro sobre o futuro da economia brasileira. 

Ao discursar durante a cerimônia de abertura de um evento do setor da construção, em Brasília (DF), Lula disse que o Brasil vive “um bom momento” e que o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve registrar um crescimento de pelo menos 3% neste ano. 

O petista esteve presente na abertura do 99° Encontro Nacional da Indústria de Construção. O evento é promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e conta com a participação de representantes do setor, além do mercado imobiliário e especialistas em sustentabilidade e inovação.


O evento foi realizado no Salão de Eventos da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

“Vocês lembram do mercado, como é que dizia… ‘a economia não vai crescer, vai crescer só 0,8%’. Cresceu 3%. Agora vai crescer 3% ou um pouco mais de 3%. As coisas estão acontecendo na macroeconomia e na microeconomia”, afirmou Lula aos empresários do setor da construção. 

“Normalidade democrática”

Em seu discurso, Lula voltou a dizer que seu governo tem o compromisso de fazer o Brasil “voltar à normalidade democrática, à normalidade civilizatória”. “Em que as pessoas podem conversar, podem estar em partidos diferentes, torcer para times diferentes. Temos de aprender a conviver da forma mais civilizada possível”, afirmou. 

Sem citar o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado pela Polícia Federal (PF) pela suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado, Lula voltou a defender a “civilidade” na política. 

“Eu não preciso gostar de vocês e vocês não precisam gostar de mim. Nós só temos de nos respeitar e saber qual é a tarefa de cada um”, completou.

Segundo as investigações da PF, que deflagrou a Operação Contragolpe, um grupo criminoso tinha o objetivo de impedir a posse de Lula e teria articulado, inclusive, um plano para assassinar o petista, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Minha Casa, Minha Vida

No evento promovido pela CBIC, Lula destacou a importância do programa Minha Casa, Minha Vida, mas reclamou da qualidade de unidades habitacionais entregues em diversas regiões do país e também da burocracia.  

“É um verdadeiro inferno para você fazer as coisas andarem neste país. A gente tem uma pessoa para fazer andar o projeto e umas dez para dizer que não vai dar certo. Nós começamos a fazer o Minha Casa, Minha Vida e fomos tentando aperfeiçoar o programa”, afirmou. 

Tem um estado que fez um conjunto habitacional de 3 mil casas e nós não vamos inaugurar se não tivermos campo de futebol, quadra, escola e área de lazer. Não é possível você fazer 3 mil casas sem levar em conta que ter que ter acesso à cultura, ao lazer, que a molecada tem que ter escola, tem que ter creche”, criticou Lula.  

“A casa tem que ter uma varandinha. Se possível, tem que ter até um fogão de lenha. É preciso que a gente tenha criatividade”, defendeu o presidente.

Lula classificou como “inexplicável” o fato de, segundo ele, cerca de 4 milhões de brasileiros não terem acesso a banheiro

“Que depois não venha a Fazenda dizer que isso é gasto. Isso não é gasto, isso é decência e respeito. Banheiro pressupõe uma pequena construção, encanamento, água, chuveiro… Não é só o vaso sanitário. É fazer uma coisa digna de respeito”, disse Lula. 

“A gente tem que acabar com essas casas que não têm telhado. Casas com palha de coqueiro, e aí a doença de Chagas aparece com muita facilidade’, prosseguiu o presidente.

Crédito

O presidente da República assegurou aos empresários que “não faltará crédito para a gente fazer as casas neste país”.

“Nós queremos cuidar do povo brasileiro. Mas tem uma parte do povo brasileiro que precisa da mão do Estado e uma outra que não precisa. E essa que não precisa temos também que tomar cuidado, facilitando a vida dos empresários”, concluiu Lula. 



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