Senadores contrários a Lula criticam pacote anunciado por Haddad; Bolsonaro prometeu isenção para até 5 salários
Senadores de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitaram dizer nesta 5ª feira (28.nov.2024) se votarão contra ou a favor da isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000 –como anunciado pelo governo.
Os congressistas argumentaram que o aumento de taxação para quem ganha mais de R$ 50.000 seria insuficiente para cobrir a isenção de quem ganha menos. Durante a campanha de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu isentar do IR quem recebe até 5 salários mínimos.
[O governo] fala na taxação de quem ganha acima de R$ 50 mil. O universo dos super-ricos no Brasil não é grande o suficiente para mitigar os impactos daquilo que está concedendo para cumprir de campanha”, disse o senador Marcos Rogério (PL-RO) a jornalistas.
“A oposição sempre defendeu o corte de gastos. Não é agora que vamos mudar nosso discurso. […] Mas não vamos embarcar em medidas populistas”, disse.
Questionado se isso incluiria a isenção do imposto de renda, respondeu: “Aquilo que for bom para o Brasil… a oposição sempre defendeu a agenda de corte de gastos. Mas quem tem que pagar a conta é o governo. Não vamos entrar nesse jogo de faz de conta”.
O senador Wellington Fagundes (PL-MT) também evitou dizer se a oposição votará a favor ou contra a isenção para salários até R$ 5 mil. Disse que ainda estudarão as propostas: “Vamos votar, mas aquilo que for bom para o Brasil”.
A ISENÇÃO PROPOSTA PARA O GOVERNO
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou na 4ª feira (27.nov) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá isentar do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) quem ganha até R$ 5.000 por mês. Para compensar o impacto fiscal, a gestão petista pretende aumentar a tributação de quem ganha acima de R$ 50.000.
Haddad fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão de 7 minutos e 18 segundos em que anunciou os principais pontos do pacote de revisão de gastos e medidas fiscais que serão implementadas com o objetivo de dar um alívio de R$ 70 bilhões aos cofres do governo em 2025 e 2026.
“Reafirmamos nosso compromisso com as famílias brasileiras: proteger o emprego, aumentar o poder de compra e assegurar o crescimento sustentável da economia. Exatamente por isso, anunciamos, hoje, também a maior reforma da renda de nossa história. Honrando os compromissos assumidos pelo presidente Lula, com a aprovação da reforma da renda, uma parte importante da classe média, que ganha até R$ 5.000 por mês, não pagará mais Imposto de Renda”, disse no pronunciamento, exibido às 20h30.
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