O ex-presidente rechaça especulações sobre eventual chapa com Bolsonaro, que segue inelegível e aposta na PEC da Anistia
Michel Temer (MDB) negou, nesta quinta-feira 7, qualquer intenção de disputar as eleições presidenciais de 2026. Em declaração à CNN Brasil, o ex-presidente afirmou que está “fora da vida pública”, refutando rumores de uma eventual candidatura.
A especulação surgiu após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mencionar, em entrevista à Folha de S.Paulo, que o nome de Temer circulava como possível candidato a vice-presidente em uma chapa para 2026.
No Partido Liberal (PL), a menção ao emedebista reflete a tentativa de atrair partidos de centro ao bloco da direita, angariando aliados para a próxima eleição nacional.
Embora Bolsonaro tenha manifestado esperanças em concorrer à Presidência em 2026, o ex-capitão permanece inelegível em decorrência de condenações pela Justiça Eleitoral.
Publicamente, contudo, Bolsonaro tem sustentado que será o candidato da extrema-direita no próximo pleito, sem deixar claro como pretende se livrar das condenações.
A principal aposta, sabe-se, é a PEC da Anistia, mas, um acordo que envolve a sucessão dos presidentes do Senado e da Câmara barrou a tramitação do projeto, que voltou à estaca zero por ordem de Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara.
Contudo, a ida do PT ao bloco que deve apoiar Hugo Motta (Republicanos-PB) na Câmara e Davi Alcolumbre (União-AP) no Senado também contribuiu para o esfriamento do projeto. O partido teria exigido a interrupção da tramitação do texto para aderir à candidatura de Lira e Rodrigo Pacheco (PSD).
Nos últimos dias, o ex-presidente Michel Temer foi mencionado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro como um possível candidato a vice-presidente em uma chapa para as eleições de 2026. A fala de Bolsonaro reacendeu discussões sobre a participação de Temer na política, especialmente em um cenário de crescente polarização e incerteza sobre os nomes que disputarão o próximo pleito. No entanto, Temer, em resposta pública, afirmou que está "fora da vida pública" e que não tem intenção de retornar ao cenário político como candidato.
Michel Temer, que assumiu a presidência em 2016 após o impeachment de Dilma Rousseff, teve um governo marcado por reformas econômicas controversas e crises políticas, mas desde o final de seu mandato vem mantendo uma postura mais reservada. Após sua saída do cargo, Temer tem aparecido em alguns eventos e feito análises sobre política e economia, mas sempre reiterando que sua fase como ator político ativo já passou. Ele inclusive reforçou, ao responder sobre a fala de Bolsonaro, que está focado em outras áreas, como advocacia e consultorias, e que não deseja voltar a concorrer a cargos públicos.
Bolsonaro, por sua vez, ao citar Temer como possível vice, pode estar tentando sinalizar uma disposição para alianças que lhe garantam maior aceitação em setores mais moderados ou do centro político, uma vez que Temer representa uma figura de diálogo e com influência em partidos tradicionais. A estratégia pode ser vista como uma tentativa de ampliar sua base de apoio, após um período de forte desgaste com o eleitorado centrista e uma fragmentação do campo político conservador.
A declaração de Temer sobre estar fora da vida pública também reflete uma tendência entre alguns ex-líderes políticos que preferem evitar o retorno direto à política partidária e ao processo eleitoral. No entanto, isso não impede que suas influências sejam sentidas nos bastidores, seja através de apoio a candidatos, aconselhamento ou mesmo articulação política indireta. Resta saber como essa potencial aproximação entre Bolsonaro e Temer será recebida tanto pelo público quanto pelas lideranças políticas e partidos envolvidos, já que ambos possuem bases eleitorais e visões distintas em diversos aspectos.
A possível parceria de Bolsonaro com Temer gera especulações sobre como seria uma eventual chapa entre os dois e se isso, de fato, ampliaria a viabilidade eleitoral de Bolsonaro em um contexto de eleições futuras.
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