Ele é uma das maiores estrelas de Hollywood, vencedor de dois prêmios Oscar; nenhuma causa de morte foi anunciada
Qual foi a causa da morte de Gene Hackman?
O xerife do condado de Santa Fé, Adan Mendoza, confirmou a morte do casal à imprensa local pouco depois da meia-noite de quarta-feira. Mendoza afirmou que não havia sinais imediatos de crime, mas não revelou a causa da morte.
Quem era Gene Hackman?
O ator Gene Hackman era uma das maiores estrelas de Hollywood, vencedor de dois prêmios Oscar. Os dois Oscars que Gene Hackman venceu foram pelos longas "Operação França" (1971), como melhor ator, e "Os imperdoáveis" (1992), como melhor ator coadjuvante.
O começo
No início de sua carreira, Hackman trabalhou em programas de TV como "Route 66" e "Naked City", no teatro de improvisação e em comédias da Broadway, incluindo "Any Wednesday", de Muriel Resnik, com Sandy Dennis, e "Poor Richard", de Jean Kerr, com Alan Bates e Joanna Pettet.
Seu papel em um filme menor de Warren Beatty, "Lilith" (1964), deixou uma impressão duradoura em Beatty, que se lembrou dele quando produzia "Bonnie e Clyde" e procurava alguém para interpretar Buck Barrow, o irmão explosivo do gângster Clyde Barrow (papel de Beatty). A atuação de Hackman nesse filme, dirigido por Arthur Penn e lançado em 1967, lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar.
Filmes de Gene Hackman
Hackman teve uma carreira brilhante, interpretando mais de 100 personagens, incluindo Lex Luthor nos filmes do Superman das décadas de 1970 e 1980. Ao longo da carreira ele também foi indicado ao maior prêmio do cinema pelos filmes "Bonnie e Clyde: uma rajada de balas" (1967), "Meu pai, um estranho" (1970) e "Mississippi em chamas" (1988). "Atrás das linhas inimigas" (2001), "O júri" (2003) e "Uma eleição muito atrapalhada" (2004) foram os últimos filmes do ator.
Gene se aposentou da atuação ainda em 2004 e, desde então, quis se afastar dos holofotes em sua vida em Santa Fé. O astro americano é pai de três filhos, frutos do relacionamento com sua ex-esposa, Fay Maltese, com quem ficou casado entre 1956 e 1986. Ele se casou novamente em 1991, com a sua atual mulher, a pianista Betsy Arakawa.
'Treinado para ser ator'
Eugene Allen Hackman nasceu em San Bernardino, Califórnia, em 30 de janeiro de 1930, e cresceu em Danville, Illinois. Seu pai, também chamado Eugene, trabalhava como tipógrafo para um jornal local. Sua mãe, Anna Lyda (Gray) Hackman, era garçonete.
Aos 13 anos, viu o pai abandonar a família, acenando para ele pela janela do carro enquanto dirigia para longe. “Talvez seja por isso que virei ator”, refletiu ele anos depois.
Hackman ingressou no exército aos 16 anos após mentir sobre sua idade, servindo por quatro anos e meio. Serviu na China, no Havaí e no Japão, chegando a trabalhar como DJ na rádio de sua unidade. Após a dispensa d serviço militar, morou brevemente em Nova York antes de decidir seguir a carreira de ator.
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Para isso, ingressou no Pasadena Playhouse, na Califórnia, onde fez amizade com um jovem Dustin Hoffman. "Fui treinado para ser ator, não uma estrela. Fui treinado para interpretar papéis, não para lidar com a fama, agentes, advogados e a imprensa", disse Hackman em uma entrevista, como relembrou a BBC.
"Me custa muito emocionalmente me ver na tela. Penso em mim mesmo e me sinto jovem, mas, então, vejo esse velho com queixo flácido, olhos cansados e entradas no cabelo", refletiu em outra ocasião.
Versátil, Hackman era o que se chamava de "everyman" perfeito de Hollywood. Seus personagens — presidiário, xerife, membro da Ku Klux Klan, operário siderúrgico, espião, ministro, herói de guerra, viúvo enlutado, comandante de submarino, técnico de basquete, presidente — desafiavam qualquer categorização, assim como suas interpretações sempre repletas de muitas nuances
Ainda assim, ele não negava sua imagem de “homem comum”, nem se incomodava com isso. Certa vez, brincou que parecia “um trabalhador de mina qualquer”. De fato, ele parecia ter nascido de meia-idade: levemente calvo, com traços fortes, mas sem serem notáveis, nem feios nem bonitos, um homem alto (1,88 m) mais propenso a se misturar a uma multidão do que a se destacar nela.
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