Gleisi vai substituir o atual ministro da pasta, Alexandre Padilha, recém-indicado para o Ministério da Saúde
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para chefiar a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Com a mudança, Gleisi vai substituir o atual ministro da pasta, Alexandre Padilha, que foi recém-indicado para o Ministério da Saúde.
Segundo o governo, a posse da política está marcada para o dia 10 de março.
Nas redes sociais, Hoffmann agradeceu o convite e afirmou que vai dialogar “democraticamente com os partidos, governantes e lideranças políticas”. No texto, a deputada também parabenizou Padilha.
Mudanças na Esplanada
Essa movimentação é considerada o início de uma reforma ministerial, a segunda deste mandato. Em setembro de 2023, o presidente fez trocas para acomodar aliados do Centrão.
Especulações sobre eventuais novas mudanças na Esplanada começaram a circular no fim do ano passado, quando Lula criticou publicamente a divulgação das ações do governo, que fica a cargo da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência). Logo nos primeiros dias de 2025, o petista demitiu Paulo Pimenta e nomeou o publicitário Sidônio Palmeira, responsável pela campanha de Lula de 2022.
A saída de Nísia, portanto, foi a segunda mudança desta nova reforma. Segundo a Secom, a posse de Padilha na Saúde será na quinta-feira (6). Até lá, a pasta segue sob o comando de Nísia. Uma eventual saída da agora ex-ministra era esperada.
Nísia foi a terceira mulher a ser demitida do primeiro escalão do petista — todas foram trocadas por homens. Daniela Carneiro, que chefiava o Turismo, e Ana Moser, titular do Esporte, deixaram o governo em julho e setembro de 2023, respectivamente. O terceiro mandato de Lula começou com 11 ministras e, com a saída de Nísia, são nove mulheres à frente de ministérios. Considerando Gleisi na SRI, o número sobe para 10.
Quem é Gleisi Hoffmann
Natural de Curitiba, Gleisi Helena Hoffmann se filiou ao PT (Partido dos Trabalhadores) em 1989. Formada em direito e especializada em Gestão de Organizações Públicas e Administração Financeira, Hoffmann atua como deputada federal e presidente nacional do partido.
Na primeira gestão de Lula, Gleisi foi convidada ao cargo de Diretora Financeira da Itaipu Binacional. Em 2010, foi eleita como senadora pelo Paraná, com mais de 3 milhões de votos. No ano seguinte, no governo de Dilma Rousseff, Hoffmann assumiu a chefia da Casa Civil da Presidência da República, função que desempenhou até fevereiro de 2014, quando, então, retornou para sua vaga no Senado Federal.
Dólar sobe a R$ 5,90 após dados nos EUA e escolha de Gleisi para ser ministra
O dólar acelerou a alta na tarde desta sexta-feira, 28, voltando a superar R$ 5,90, à medida que os investidores reagiam a dados de inflação dos Estados Unidos que vieram amplamente em linha com o esperado, e também ao noticiário político externo e local.
Por volta de 15h28, o dólar à vista subia 1,16%, a R$ 5,905 na venda. Veja cotações.
O dólar já abriu a última sessão do mês em alta frente ao real, mas acentuou a valorização após a escolha do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para ser a ministra de Relações Institucionais (SRI) no lugar de Alexandre Padilha, anunciado como próximo ministro da Saúde.
“Parece piada”, pontua o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus. “Ela é muito mal vista até mesmo por parlamentares, não só pelo mercado. O temor é que ajudará a piorar a questão de articulação do governo que já não se tem”, diz Laatus.
Cenário externo
O governo norte-americano informou nesta manhã que seu índice PCE — o indicador de inflação preferido do Federal Reserve — subiu 0,3% em janeiro na base mensal, mesma alta registrada em dezembro. Em 12 meses, o ganho foi de 2,5%, abaixo do avanço de 2,6% no mês anterior.
Em relação ao núcleo do PCE, houve leve aceleração na alta mensal em janeiro, a 0,3%, de um ganho de 0,2% em dezembro, enquanto a taxa anual desacelerou para um avanço de 2,6% no mês, de uma alta de 2,9% anteriormente.
Os números vieram exatamente como projetado por analistas em pesquisa da Reuters, provocando baixa volatilidade nas negociações dos mercados de câmbio globais, incluindo no Brasil.
O principal evento econômico do dia manteve as apostas de operadores sobre a trajetória da taxa de juros do Fed praticamente inalteradas, com manutenção da expectativa por pelo menos dois cortes de juros neste ano, com o primeiro movimento possivelmente em junho.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,07%, a 107,280.
Os números desta sexta vieram na contramão dos dados de inflação ao consumidor mais fortes do que o esperado neste mês, que haviam alertado os mercados sobre as pressões inflacionárias nos EUA.
Mas alguns membros do Fed, incluindo o chair Jerome Powell, já tinham minimizado esses números, reiterando a visão de que o índice PCE é um medidor mais confiável da inflação.
Os investidores seguem de olho em notícias sobre os planos tarifários do presidente norte-americano Donald Trump, que disse na véspera que as tarifas de 25% sobre Canadá e México e uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses entrarão em vigor em 4 de março, afastando expectativas de um adiamento para as medidas.
Economistas apontam que as políticas tarifárias de Trump têm potencial inflacionário, o que seria um outro argumento para o banco central dos EUA manter a taxa de juros em patamar elevado.
“O anúncio trouxe um pouco mais de pessimismo e aversão ao risco. Os investidores continuam apostando que, no final das contas, alguma coisa deve ser negociada entre os países de forma a aliviar ou até mesmo cancelar as tarifas de importação”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
Na cena geopolítica, o destaque será o encontro desta sexta entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, em que podem assinar um acordo para permitir a participação norte-americana no setor mineral ucraniano.
Ao mesmo tempo que discute com autoridades russas uma resolução para o conflito de três anos na Ucrânia, o governo Trump ainda busca uma compensação financeira pelos bilhões de dólares fornecidos a Kiev em armamentos e ajuda humanitária durante a guerra.
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