Presidente dos EUA impôs 34% de tarifas para China e 20% para União Europeia
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira, 2, que cobrará 10% de todas as importações feitas do Brasil. Durante coletiva no Rose Garden da Casa Branca, em Washington, o republicano também informou as taxas que os EUA cobrarão de outras nações.
A tarifa cobrada para o Brasil está entre as mais baixas e também será igualmente aplicada para Reino Unido, Singapura, Chile, Austrália, Turquia e Colômbia. Em contrapartida, Camboja foi o país afetado e terá taxa de 49%. Para a China e a União Europeia, as imposições serão de 34% e 20%, respectivamente.
A imposição de tarifas de importação é uma das principais promessas de campanha de Trump. Desde que assumiu o atual mandato, o republicano já decretou tarifas sobre grandes parceiros comerciais além do Brasil. O anúncio está sendo chamado pelo presidente de "Dia da Libertação da América".
"Nossos pagadores de impostos foram enganados por anos. Mas isso vai acabar. Em alguns momentos, assinarei uma ordem executiva histórica, instituindo tarifas recíprocas em países ao redor do mundo. Isso significa que eles fazem isso conosco, e nós fazemos isso com eles", disse Trump.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na terça-feira, 1º, que o anúncio de ampliação de tarifas de importação pelos Estados Unidos causaria estranheza se envolvesse algum tipo de "retaliação injustificável" ao Brasil.
Em entrevista à imprensa em Paris, Haddad afirmou que os EUA têm posição "muito confortável" em relação ao Brasil, já que as trocas comerciais entre os dois países são superavitárias para os norte-americanos.
Nos causaria até uma certa estranheza se o Brasil sofresse algum tipo de retaliação injustificável, uma vez que nós estamos na mesa de negociação desde sempre com aquele país justamente para que a nossa cooperação seja cada vez mais forte", disse Haddad
PL da Reciprocidad
Por 70 votos, em unanimidade, o Senado aprovou nesta terça-feira, 1º, o chamado PL da Reciprocidade no plenário. O projeto de lei, que permite que o Brasil responda ao “tarifaço” do governo dos Estados Unidos, segue para votação na Câmara dos Deputados.
A matéria já havia sido aprovada em caráter terminativo pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), ou seja, poderia ter ido direto para a Câmara dos Deputados. Na votação, 16 senadores do colegiado foram favoráveis à proposta. Não houve votos contrários ou abstenções. A decisão envolveu a bancada do agro e teve apoio do governo.
O projeto permite que governo brasileiro possa aplicar contramedidas quando seus produtos sofrerem retaliações desmedidas de outros países.
O texto original, de autoria do senador Zequinha Marinho (PL-PA), tinha como proposta somente obrigar os demais países a cumprirem padrões ambientais compatíveis aos do Brasil, em caso de comercialização de bens. A relatora Tereza Cristina (PP-MS), porém, ampliou o escopo das regras e estabeleceu critérios para que o Poder Executivo suspenda concessões comerciais, investimentos e obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual.
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