Em depoimento breve, Tarcísio negou ter conversado com Bolsonaro sobre tentativa de golpe e elogiou ex-presidente, voltando a criticar processo por ‘falta de provas’
Depoimento de Tarcísio de Freitas no STF: um olhar aprofundado
Na manhã desta sexta-feira, 30 de maio de 2025, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), prestou depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) como testemunha de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu em ação penal que investiga suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Em menos de dez minutos de pronunciamento, Tarcísio detalhou sua convivência com o então presidente – sobretudo no período em que ocupou o Ministério da Infraestrutura (2019–2022) – e negou veementemente qualquer menção a planos de ruptura institucional.
1. Contexto político e judicial
Desde a conclusão do inquérito pela Polícia Federal, em novembro de 2024, Bolsonaro e seus defensores afirmam que a acusação contra ele baseia-se em “narrativas” destituídas de provas concretas. A ação penal em tramitação no STF foi aberta após manifestações e discursos de líderes bolsonaristas que questionaram a lisura do pleito de outubro de 2022 e chegaram a defender, em âmbito virtual e em atos públicos, a intervenção das Forças Armadas caso houvesse “anulação” de resultados favoráveis a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). São 31 réus, entre apoiadores, organizadores de atos e aliados diretos, incluindo o próprio Bolsonaro.
2. Brevidade e condução do depoimento
O depoimento de Tarcísio durou menos de dez minutos e não contou com questionamentos por parte do procurador-geral da República, Paulo Gonet, nem do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Todas as perguntas foram formuladas pelo criminalista Celso Vilardi, advogado de Bolsonaro. A ausência de questionamentos adversos reforça o caráter estritamente técnico da oitiva, mas também suscita dúvidas sobre o aprofundamento das contradições possíveis entre as versões apresentada pela defesa e as provas levantadas pela acusação.
3. O que disse Tarcísio sobre suas conversas com Bolsonaro
– Período chave (novembro-dezembro/2022): Tarcísio afirmou ter mantido diálogos com Bolsonaro nesse intervalo, exatamente quando a investigação aponta para movimentações internas visando possível ruptura institucional.
– Negativa de diálogo sobre golpe: “Jamais”, “nunca” e “assim como nunca tinha acontecido durante o meu período no ministério” foram as expressões utilizadas para afirmar que Bolsonaro jamais mencionou qualquer plano de golpe.
– Momento de tristeza e resignação: Segundo Tarcísio, ele encontrou um presidente abatido após a derrota eleitoral para Lula, “triste e resignado”, sem qualquer manifestação de insatisfação a ponto de contemplar a ideia de forçar uma reviravolta política.
4. A crítica de Tarcísio ao processo
O governador paulista aproveitou o breve depoimento para questionar a legitimidade da ação penal: chamou a investigação de “narrativa disseminada que carece de provas” e classificou Bolsonaro como “principal liderança política do Brasil”, justificando que o ex-presidente aguentou “grandes crises” ao longo do mandato, como a tragédia de Brumadinho, a pandemia de covid-19, a crise hídrica de 2021 e o impacto da guerra na Ucrânia. Essa ênfase busca reforçar a percepção de que as acusações não passam de retaliação política e não têm fundamentação factual robusta.
5. Repercussões políticas
– Bolsonaristas: A oitiva de Tarcísio foi imediatamente enaltecida por aliados de Bolsonaro, que passaram a divulgar trechos nas redes sociais para reforçar a tese de ausência de articulação golpista.
– Adversários: Para opositores, o depoimento não traz novidade, já que outros ministros e auxiliares próximos a Bolsonaro também haviam declarado desconhecer qualquer plano de golpe. Entendem que a riqueza probatória está nos atos públicos e nas mensagens trocadas em grupos privados.
– Eleitorado independente: A população em geral aguarda os desdobramentos do processo no STF, consciente de que um veredito tardio pode influenciar o ambiente político até as próximas eleições municipais de 2026.
6. O papel do STF e o cronograma do processo
O ministro Alexandre de Moraes ainda deve abrir espaço para oitiva de outras testemunhas cruciais, como integrantes da cúpula das Forças Armadas e ex-colegas de ministério. Após as testemunhas de acusação e de defesa, serão apresentadas alegações finais antes do julgamento propriamente dito. O calendário oficial ainda não foi divulgado, mas espera-se que o rito seja concluído até o fim de 2025, em virtude da relevância e da complexidade do caso.
7. Perspectivas e possíveis desdobramentos
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Fortalecimento de narrativas de impunidade: Caso o STF acolha em larga medida as teses de defesa e descarte provas obtidas em compartilhamentos de conversas privadas, pode haver entendimento de que a corte tem limitado alcance para coibir discursos antidemocráticos.
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Precedente para futuros casos: Um eventual veredito condenatório, por outro lado, estabeleceria jurisprudência capaz de inibir manifestações que flertem com o autoritarismo em pleitos futuros.
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Ambiente eleitoral de 2026: O resultado deste julgamento deve balizar o debate político dos próximos meses, influenciando candidaturas, alianças e estratégias, sobretudo em São Paulo, onde Tarcísio de Freitas almeja polarizar com Lula na disputa presidencial.
8. Conclusão
O depoimento-relâmpago de Tarcísio de Freitas no STF cumpriu o objetivo central da defesa de desmistificar a tese de que Bolsonaro arquitetou um golpe de Estado em 2022. No entanto, permanece a expectativa sobre como o tribunal avaliará as demais provas, especialmente as mensagens de grupos bolsonaristas que incitavam ameaças ao processo democrático. Com o desenrolar dos próximos depoimentos e das alegações finais, o país voltará a testemunhar o embate entre narrativa política e causa penal, em um dos episódios mais sensíveis da história recente do Brasil.
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