Vereador do Rio há 24 anos, Carlos planeja disputar um cargo nacional pela primeira vez
Vereador do Rio há 24 anos, Carlos planeja disputar um cargo nacional pela primeira vez
Carlos Bolsonaro mira vaga ao Senado em Santa Catarina: mudança estratégica e reflexos políticos
Há mais de duas décadas vereador na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL) prepara-se para dar o primeiro passo rumo a um cargo nacional. A novidade: ele pode disputar uma das duas cadeiras de senador representando Santa Catarina em 2026. Eis o que você precisa saber sobre essa estratégia que envolve, diretamente, a força eleitoral do clã Bolsonaro, a aliança com o governo estadual catarinense e as implicações para o cenário político nacional.
1. Trajetória política de Carlos Bolsonaro
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Início precoce: eleito pelo Rio de Janeiro em 2000, aos 17 anos, Carlos se tornou o vereador mais jovem do país. Desde então, conquistou cinco mandatos sucessivos, consolidando-se como liderança regional.
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Perfil e legado familiar: seguindo o mote “Deus, Pátria, Família e Liberdade”, base dos discursos de Jair Bolsonaro, Carlos atuou como um dos principais articuladores da comunicação digital do governo de seu pai, entre 2019 e 2022.
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Voto de confiança: nas eleições municipais de 2024, tornou-se o vereador mais votado do Rio, com 130.480 sufrágios, demonstrando sua capacidade de mobilização política e base eleitoral cativa.
2. Por que Santa Catarina?
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Recall eleitoral
Nas eleições de 2022, Santa Catarina foi um dos raros estados em que Jair Bolsonaro obteve vitória expressiva: 69,27% dos votos válidos no segundo turno, contra 30,73% de Luiz Inácio Lula da Silva. Essa margem demonstra a força do bolsonarismo local e abre caminho para que Carlos Bolsonaro aproveite o prestígio herdado do ex-presidente. -
Aliança com o governador Jorginho Mello (PL)
Atual chefe do Executivo catarinense, Mello (PL) tem diálogo afinado com o clã Bolsonaro. O entendimento pode garantir a Carlos a indicação como um dos postulantes da legenda. O governador teria direito de escolher um nome, enquanto o bolsonarismo teria autonomia para indicar o segundo — possivelmente o próprio Carlos. -
Cenário interno do PL fluminense
No Rio de Janeiro, as duas vagas ao Senado em 2026 já contam com concorrentes fortes: Flávio Bolsonaro (candidato à reeleição), Cláudio Castro (governador do RJ) e Carlos Portinho (senador suplente que assumiu cadeira). A dispersão de forças ameniza eventuais resistências internas, preparando terreno para migração de Carlos.
3. Implicações políticas
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Fortalecimento regional: ao se deslocar para Santa Catarina, Carlos amplia a influência do bolsonarismo para além dos limites cariocas, consolidando um reduto estratégico no Sul do país.
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Reconfiguração de alianças: a parceria com Mello reconfigura a aliança do PL no estado, pode atrair outros grupos locais e influenciar a eleição para governador em 2026.
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Desafio à bancada federal: a entrada de um nome de peso como Carlos Bolsonaro na disputa catarinense tende a desestabilizar os atuais senadores, obrigando-os a reforçar a campanha e potencialmente fragmentando votos.
4. Repercussão nas redes sociais
No último domingo (15/06/2025), Carlos utilizou seu perfil no X (antigo Twitter) para comentar a articulação. Entre outras declarações, destacou:
“Hoje, quase por convocação, considero a possibilidade de atender ao chamado de disputar outro cargo no RJ ou em Estado em que puder ser mais útil ao projeto de libertar o Brasil, sem jamais mudar minha essência.”
“Se concretizar essa mudança, levarei comigo a experiência conquistada na Câmara do Rio e aprendida observando meu pai para trabalhar pela região que irá me receber — e por todo o Brasil —, certo de que valores não mudam com o CEP, mas ganham força quando encontram novas frentes para florescer.”
Essa manifestação oficializa seu interesse em ampliar atuação e sinaliza que o projeto político pessoal está estreitamente alinhado ao legado de Jair Bolsonaro.
5. Contexto histórico: Bolsonaros em Santa Catarina
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Jair Renan Bolsonaro: o irmão mais novo de Carlos e Jair, Renan, foi o vereador mais votado em Balneário Camboriú (SC) nas eleições de 2024, usando apenas “Jair Bolsonaro” como nome de urna. Esse fato reforça a receptividade do eleitorado catarinense ao sobrenome e à marca política da família.
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Tendências eleitorais: Santa Catarina tem tradição conservadora e, embora não seja um bastião, apresenta viés mais à direita, especialmente em regiões do Vale do Itajaí e litoral norte.
6. Desafios e riscos
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“Tucanização” do discurso: é preciso avaliar se o discurso bolsonarista, fortemente personalista, conseguirá se consolidar num estado com forte presença de partidos tradicionais e de centro-direita, como PSDB e MDB.
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Percepção de “outsider”: como um político “importado”, Carlos pode ser visto como oportunista por eleitores que valorizam raízes locais.
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Fiscalização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE): há eventuais questionamentos jurídicos sobre a transferência de candidatura prevista na Lei da Ficha Limpa, que veda mudança de domicílio eleitoral fora do prazo legal. A data-limite para mudança no TSE é 1º de abril do ano da eleição; logo, Carlos teria que oficializar inscrição definitiva até esse prazo.
7. O que observar até 2026
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Convenções partidárias (julho/agosto de 2026): serão definidas as chapas, e o PL catarinense precisará formalizar o apoio a Carlos.
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Pesquisas de intenção de voto no estado: a partir do segundo semestre de 2025, devem surgir sondagens indicando a viabilidade eleitoral.
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Movimentação de outras siglas: PSDB, MDB, PSD e PSB podem reagir lançando candidatos competitivos e formando alianças.
8. Conclusão
A possível candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina representa um movimento ousado de expansão do bolsonarismo para além de seu berço carioca. Alavancada pelo excelente desempenho eleitoral do pai no estado e pela parceria com o governador Jorginho Mello, a estratégia busca aproveitar o “efeito de marca” Bolsonaro para conquistar um assento no Congresso. No entanto, desafios jurídicos, percepção de “forasteiro” e forças políticas locais exigem articulação fina e construção de pontes com lideranças regionais. Nos próximos meses, a articulação política, o registro de candidatura e as primeiras pesquisas vão ditar se o “número 02” do clã conseguirá transferir votos e reputação para o Sul do país, ou se encontrará resistências que limitem seu potencial.
Fique de olho:
Prazos de filiação e domicílio eleitoral até 1º de abril de 2026.
Convenções partidárias em julho/agosto de 2026.
Pesquisas frequentes a partir do segundo semestre de 2025.
Aguardemos os próximos capítulos dessa movimentação que pode redesenhar o tabuleiro político catarinense e ter reflexos diretos no equilíbrio de forças do Senado Federal.
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