Gonet pediu avaliação da Câmara sobre condutas do deputado nos EUA
A decisão de Moraes acolhe o pedido da PGR, que afirmou que a denúncia aponta "atos de grave alcance constitucional". Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o encaminhamento da denúncia deve ser levado a Hugo Motta para "fins de avaliação disciplinar" de Eduardo Bolsonaro. No despacho, Moraes ressalta que atendeu ao pedido da PGR a despeito de Motta ter rejeitado, também hoje, a nomeação de Eduardo para o cargo de líder da minoria — uma tentativa da oposição de evitar que o parlamentar perdesse o mandato por faltas.
De acordo com a denúncia apresentada pela PGR na segunda-feira, Eduardo e Paulo Figueiredo foram responsáveis por articular sanções financeiras contra o Brasil e autoridades do Judiciário envolvidas na ação penal por tentativa de golpe de Estado na Corte, junto ao governo dos Estados Unidos.
No despacho, o ministro também permitiu o acesso dos autos às defesas do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e de Paulo Figueiredo.
Também nesta terça-feira, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados abriu processo disciplinar contra Eduardo Bolsonaro que pode levar à cassação do seu mandato. A representação para instauração do processo foi encaminhada pelo PT, que acusa o parlamentar de quebra de decoro em razão de sua atuação nos Estados Unidos, onde Eduardo vive desde fevereiro.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2025/P/B/KeQjyHSKANl71UHdmDPw/julgamento-trama-golpista-mc-abr-11092025-10.jpg)
O material foi encaminhado a Motta após pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Segundo o PGR, ele possui “graves alcances institucionais” e pode ensejar avaliação disciplinar contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses de prisão.
Ao denunciar Eduardo e o jornalista Paulo Figueiredo, Gonet também apontou que o Partido Liberal (PL) pretendia manter o deputado como líder da minoria como forma de justificar a permanência nos Estados Unidos e evitar a eventual perda do mandato. Moraes, ao despachar a denúncia a Motta, destacou que o próprio presidente da Câmara rejeitou essa medida.
O ministro ainda autorizou que as defesas de Eduardo e Figueiredo tenham acesso às provas do processo, embora ambos não tenham indicado advogados para representá-los no inquérito.
STF tenta intimar Eduardo, mas não consegue
Um oficial de Justiça tentou intimar Eduardo na tarde desta terça-feira (23/9) em dois endereços e recebeu a confirmação de que o parlamentar está nos Estados Unidos.
A informação já era de conhecimento das autoridades, mas, por formalidade, a medida é necessária para notificá-lo da denúncia da PGR por coação. As defesas têm 15 dias para apresentar suas manifestações.
De acordo com o oficial, “conforme informações ampla e notoriamente divulgadas e difundidas em todos os meios e canais de comunicação, o Exmo. Deputado Federal Eduardo Nantes Bolsonaro encontra-se residindo em Estado estrangeiro”.
“Em contato telefônico com o respectivo gabinete, obtive, mais uma vez, a confirmação de que o notificando se encontra nos Estados Unidos”, informou o oficial de Justiça ao STF.
Assim, por estar o parlamentar fora do Brasil, o oficial de Justiça comunicou não ser possível cumprir a notificação determinada por Moraes.
Comentários
Postar um comentário