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Greve dos Correios paralisa centro de distribuição de Suzano, diz sindicato

Categoria exige segurança e melhores condições de trabalho. Correios diz que greve agrava situação delicada que a empresa vive.




funcionários dos centros de distribuição dos Correios entraram em greve nesta segunda-feira (12). Entre as reivindicações estão segurança, melhores condições de trabalho e a contratação de novos funcionários. Em Suzano, os funcionários ficaram parados na frente do centro de distribuição da Vila Urupês.

João Francisco Ribeiro foi tentar buscar o carnê do IPTU que não chegou na casa dele no distrito de Palmeiras.

Ele pedalou duas horas e quando chegou no centro de distribuição descobriu que não conseguiria nem informações hoje por causa da greve. “Chega muita conta atrasada, principalmente boleto de telefone, farmácia e pagamos multa e isso é prejuízo para a gente.”

O diretor do Sindicato Milton Miguel afirma que a paralisação é para toda a categoria. “A greve é para ser 100% do pessoal do Correio. A gente não consegue diálogo com pessoal das agências que sofrem pressão maior e não para. O Centro de Distribuição é o nosso maior foco. Porque os carteiros na rua sofrem discriminação por causa do atraso das correspondências”

Os funcionários dos centros de distribuição querem chamar atenção para falta de segurança que enfrentam.

Eles afirmam que em Suzano, o problema está em ruas dos bairros Miguel Badra, Jardim Revista e Palmeiras. “Um colega nosso na semana passada foi assaltado e pegaram ele como refém. Ele ficou 40 minutos dentro de um carro na região de Palmeiras”, contou um carteiro que por medo preferiu não se identificar.

Mas a principal reivindicação da categoria é um concurso para repor funcionários que saíram em programas de demissão voluntária.

De acordo com o sindicato, o Alto Tietê precisaria de mais 150 carteiros, além dos 600 atuais, para que os funcionários não trabalhassem sobrecarregados. “Na área motorizada a carga aumentou cerca de 30%, e a área postal, segundo que eles falaram para gente que caiu. Só que não é bem assim. A reclamação tá altissíma aqui na faixa de 30 a 40 pessoas vem buscar suas correspondências porque não tem carteiro no setor.”

De acordo com a diretoria do sindicato da categoria 40%, das entregas de sedex e cartas registradas estão em atraso na região.

No caso de cartas simples, faturas e contas, essa porcentagem sobe para 80%. Uma situação de crise, que segundo o sindicato, não existiria se não fosse a falta de efetivo para fazer as entregas. “O carteiro hoje faz vários setores em um dia só. De manhã ele entrega encomenda, a tarde cartas. E as vezes são emprestados para outros setores”, disse o diretor.

Um carteiro de Suzano que também não quer se identificar diz que hoje os funcionários precisam seguir regras de prioridade. “A orientação é que a gente entrega somente Sedex e registrados. As faturas, as contas, elas estão ficando paradas. Eles falam que temos que dar prioridade ao Sedex e ao registrado.”

Por isso que, segundo os carteiros, a cada dia o clima fica mais tenso no centro de distribuição da Vila Urupês. “Como o CDDD já um local de grande distribuição e não é só para Suzano inteiro, não tá dando conta de entregar. O volume reduzido de carteiro devido a falta de funcionários. Aqui teve mais ou menos umas cinco ou seis confusões que não acontecia antes. Isso porque as pessoas não vinham retirar carta aqui. Inclusive aqui nem é para ser feito isso. Estão fazendo provisório porque disseram que não tem condições de fazer as entregas.”

Os Correios informaram que a greve é um direito do trabalhador, mas que um movimento dessa natureza, neste momento, serve apenas para agravar ainda mais a situação delicada pela qual passam os Correios. A instituição destacou que a greve afeta não apenas a empresa, mas também os próprios empregados.

Segundo os Correios, uma das reivindicações dessa paralisação, é o plano de saúde que já foi discutido com representantes dos trabalhadores. Isso, segundo a empresa, foi feito tanto no âmbito administrativo quanto em mediação pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e que, depois de diversas tentativas sem sucesso, a forma de custeio do plano de saúde dos Correios segue, agora, para julgamento pelo TST.

A empresa informou que aguarda uma decisão do tribunal para tomar as medidas necessárias, mas ressalta que já não consegue sustentar as condições do plano, concedidas no auge do monopólio, quando os correios tinham capacidade financeira para arcar com esses custos.

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