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Governo nas cordas: #Lula vai ter que fazer reforma ministerial

 



O cenário atual do governo brasileiro desafia a lógica política tradicional, o que nos impõe a necessidade de avaliar cuidadosamente o quadro político e sua correlação de forças. Para tal, uma análise histórica do processo político e uma apreciação constante do "termômetro" dos acontecimentos são essenciais. Ou seja, é preciso fazer a análise de conjuntura bem feita.

Cada governo, ao assumir o cargo, propõe ao Congresso uma reforma da estrutura ministerial, buscando estabelecer uma nova agenda política com prioridades diferentes das anteriores. No caso de um novo candidato que derrota um presidente em busca da reeleição, a agenda anterior foi evidentemente rejeitada. Nesse sentido, não se justifica que Artur Lira, atual presidente da Câmara prossiga na chantagem com o governo usando esse tema.

Não se justifica, mas é assim que a lusitana roda. 

Lira vai usar seu poder pra tentar tirar tudo o que for possível do governo neste braço de ferro Resta ao governo saber com quem está lidando e articular melhor seu jogo do lado de cá. 

Dentro do Congresso, há diversos "generais", sendo Lira apenas um deles. É o general que está comandando a tropa, mas não é o único. Políticos, como Marcos Pereira, do Republicanos e da Igreja Universal, também têm suas tropas particulares. É crucial, portanto, que o governo saiba manobrar para mitigar a influência de Lira.

Para governar com tranquilidade, seria necessário um mínimo de 308 votos, embora nem sempre isso seja possível. Nesse contexto, a estratégia atual contra Lira falhou, e uma reforma ministerial torna-se imperativa. O governo no atual contexto e com o primeiro escalão que montou deve ter uns 200, 220 votos. É muito pouco.

Há ministros que não conseguem entregar um único voto, um cenário intolerável mesmo para ministérios técnicos ou simbólicos. Daniela do Waguinho, do Turismo, e Juscelino Filho, das Comunicações, por exemplo, que são ministros políticos e ocupam postos cruciais não têm conseguido produzir votos no seu partido, o União Brasil.

Isso faz com que o governo tenha que fazer negociações fragmentadas, deputado por deputado, que são exaustivas e às vezes improdutivas.
 
Uma das coisas que Lula planeja é realizar jantares com bancadas, em uma tentativa de negociar coletivamente, mas ao mesmo tempo olhando nos olhos de cada deputado e senador. É um caminho interessante. Mas não vai ser suficiente. 

É preciso buscar uma nova maioria, como se o sistema fosse parlamentarista. Não tem outro jeito. E essa nova maioria se dará com uma reforma ministerial que traga estabilidade e tire um naco de poder de chantagem de Lira. 

A ocupação do Congresso por movimentos sociais ou qualquer outro ato mais tresloucado pode parecer tentadora, mas não resolverá uma questão. A responsabilidade de articular com os 513 membros é do governo. 

O mundo gira, a Lusitana roda e o governo que foi montado em janeiro não reflete as necessidades políticas do atual momento.

Vivemos no país do possível, e é neste território que devemos construir o futuro para as próximas gerações. A política não é um campo ideal, mas um lugar de diálogo e negociação. Inclusive com Lira. Infelizmente.


fonte revista-forum




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