Medida foi aprovada na véspera pela Câmara dos Deputados; AliExpress e Shein vêem impacto negativo
Decisão surpreende varejistas
O AliExpress informou, por comunicado, que foi surpreendido com a decisão da Câmara. A varejista chinesa argumentou que a medida impactará “de forma muito negativa a população brasileira, principalmente aqueles de classes mais baixas, que deixarão de ter acesso a uma ampla variedade de produtos internacionais, que em sua maioria não são encontrados no país, a preços acessíveis”.
A plataforma também defendeu que a decisão desestimula o investimento internacional no país e argumentou que o fato de a mudança não alterar a isenção para viagens internacionais aumenta “ainda mais a desigualdade social”.
Confiamos que o governo brasileiro irá levar em consideração a seriedade do assunto e ouvir a opinião da população antes de tomar qualquer decisão definitiva”, declarou o AliExpress por nota.
O que diz quem apoia a medida
Procurada pelo Notícias sem censura, a Shein considerou a decisão um “retrocesso” e declarou que “a decisão de taxar remessas internacionais não é a resposta adequada por impactar diretamente a população brasileira”.
A Shopee, por outro lado, declarou que “apoia a medida aprovada ontem pela Câmara dos Deputados” que estabelece a alíquota de 20% de imposto de importação” e “a isonomia tributária”. “Queremos desenvolver cada vez mais o empreendedorismo brasileiro e o ecossistema de ecommerce no país e acreditamos que a iniciativa trará muitos benefícios para o marketplace”. Não haverá impacto para o consumidor que comprar de um dos nossos mais de 3 milhões de vendedores nacionais que representam 9 em cada 10 compras na Shopee no país”.
Por sua vez, o IDV (Instituto para Desevolvimento do Varejo) e a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), que vinham atuando pelo fim da isenção, se manifestaram em apoio à medida.
A decisão da Câmara dos Deputados é um importante avanço no debate sobre a necessária busca de isonomia tributária entre o previsto no Programa Remessa Conforme para as plataformas estrangeiras de e-commerce e os impostos pagos pelo Varejo e pela Indústria nacionais. A igualdade completa ainda é uma luta que permanece para o
setor produtivo nacional, responsável por mais de 18 milhões de empregos de brasileiros”, declararam as entidades por comunicado.
Para a equipe de research do Santander, a aprovação do imposto de importação de 20% “deve ser saudada como uma notícia positiva para o setor de varejo brasileiro em geral, uma vez que a medida deve reduzir a competitividade das plataformas transfronteiriças”.
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