Presidentes dos Estados Unidos e Brasil falaram por telefone nesta terça-feira (2) sobre tarifas e sanções
"Recebemos com otimismo a notícia da conversa entre o presidente Donald Trump e Lula. Um diálogo franco entre os dois países pode abrir caminhos importantes, desde que guiado por princípios claros", disse Eduardo no X (antigo Twitter).
Lula voltou a pedir em telefonema hoje que Trump reduza as tarifas contra produtos brasileiros. Segundo comunicado do Palácio do Planalto, Lula elogiou a decisão dos Estados Unidos de retirar a tarifa adicional de 40% imposta aos produtos brasileiros, como a carne e o café.
Porém, o chefe do Executivo brasileiro destacou que ainda há produtos tarifados que precisam ser discutidos e que o Brasil deseja “avançar rápido” nessas negociações.
Trump, por sua vez, disse que teve uma ótima conversa com Lula. "Tivemos uma ótima conversa, falamos sobre comércio, falamos sobre sanções porque, como vocês sabem, eu impus sanções, que têm a ver com certas coisas que aconteceram", declarou o norte-americano.
Além de tarifas contra produtos brasileiros, o governo americano aplicou a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e revogou vistos de outras autoridades brasileiras, em parte devido ao julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Eduardo Bolsonaro, que foi um dos negociadores dessas tarifas, e que vive nos EUA desde o começo do ano, voltou a dizer nesta terça que "sanções nunca são um fim em si mesmas; são instrumentos legítimos para corrigir violações graves quando outras vias foram bloqueadas".
"Confiamos na liderança do presidente Trump para negociar com o Brasil um entendimento que proteja os interesses estratégicos dos Estados Unidos no hemisfério e, ao mesmo tempo, reconheça a urgência da restauração das liberdades civis e do Estado de Direito para o povo brasileiro", prosseguiu Eduardo.
Na opinião do parlamentar, qualquer avanço nas relações bilaterais exige enfrentar "a atual crise institucional do Brasil e reafirmar a liberdade como fundamento essencial entre nações democráticas".
Trump diz que teve ótima conversa com Lula sobre comércio e sanções
"Tivemos uma ótima conversa, falamos sobre comércio, falamos sobre sanções porque, como vocês sabem, eu impus sanções, que têm a ver com certas coisas que aconteceram", disse Trump.
Além de tarifas contra produtos brasileiros, o governo americano aplicou a Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e revogou vistos de outras autoridades brasileiras, em parte devido ao julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Mas tivemos uma conversa muito boa. Eu gosto dele. Tivemos boas reuniões, como vocês sabem e tivemos uma conversa muito boa hoje, sim", destacou o líder americano sobre Lula.
Mais cedo, o governo brasileiro revelou que os dois presidentes conversaram nesta terça. De acordo com o Palácio do Planalto, Lula elogiou a decisão dos EUA de retirar tarifa de 40% imposta a certos produtos brasileiros, como café e carne.
De toda forma, o petista solicitou que as taxas de outros produtos também sejam revogadas.
Outro ponto também tratado pelos dois líderes foi o enfrentamento ao crime organizado.
Brasil e Estados Unidos retomaram o diálogo após meses de tensão crescente entre os países, período em que houve a aplicação das tarifas, das sanções e acusações contra o Judiciário brasileiro.
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Gosto dele’, diz Trump após conversa com Lula sobre redução de tarifas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou como “muito boa” a conversa por telefone que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira, 2. Segundo o Planalto, o brasileiro pediu a retirada de tarifas americanas sobre produtos que ainda são sobretaxados.
“Falamos sobre sanções porque, como você sabe, impus sanções relacionadas a certas coisas que aconteceram. Mas tivemos uma conversa muito boa”, disse Trump. “Eu gosto dele. Muito bom. Já tivemos algumas boas reuniões, como você sabe. E hoje tivemos uma conversa realmente muito boa”.
Na ligação de cerca de 40 minutos, classificada como “muito produtiva” pelo governo brasileiro, os dois trataram da agenda comercial, econômica e do combate ao crime organizado. Os dois presidentes concordaram em voltar a conversar em breve sobre o andamento dessas iniciativas.
“Lula indicou ter sido muito positiva a decisão dos Estados Unidos de retirar a tarifa adicional de 40% imposta a alguns produtos brasileiros, como carne, café e frutas. Destacou que ainda há outros produtos tarifados que precisam ser discutidos entre os dois países e que o Brasil deseja avançar rápido nessas negociações”, afirmou o Planalto.
Em novembro, os Estados Unidos anunciaram a retirada da tarifa adicional de 40% que incidia sobre parte dos produtos agrícolas importados do Brasil. Mais de 200 itens foram acrescentados à lista anterior de quase 700 exceções ao tarifaço imposto ao Brasil, incluindo carnes, café, frutas, castanhas e especiarias.
Em documento, o presidente Donald Trump afirma que a revisão ocorre após avanços iniciais nas negociações bilaterais com o governo brasileiro. “Em 6 de outubro de 2025, participei de uma conversa telefônica com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, durante a qual concordamos em iniciar negociações para abordar as preocupações identificadas no Decreto Executivo 14323”, diz o texto.
Em relação às pautas ligadas à segurança, Lula ressaltou a urgência em “reforçar a cooperação com os EUA para combater o crime organizado internacional”, destacando recentes operações realizadas no Brasil pelo governo federal para asfixiar financeiramente o crime organizado. Trump, em resposta, ressaltou “total disposição em trabalhar junto com o Brasil”.
Os Estados Unidos anunciaram na semana passada a retirada da tarifa adicional de 40% que incidia sobre parte dos produtos agrícolas importados do Brasil. A decisão altera o Decreto Executivo 14323 e passa a valer para mercadorias que entraram no país a partir de 13 de novembro. Entre os produtos que tiveram as tarifas suspensas estão carnes, café, frutas, castanhas e especiarias.
No documento, o presidente Donald Trump afirma que a revisão ocorre após avanços iniciais nas negociações bilaterais com o governo brasileiro. “Em 6 de outubro de 2025, participei de uma conversa telefônica com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, durante a qual concordamos em iniciar negociações para abordar as preocupações identificadas no Decreto Executivo 14323”, diz o texto.
Relação tensa
A relação entre os países ganhou contornos tensos após os Estados Unidos aplicarem tarifas a produtos brasileiros e sanções a autoridades nacionais em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe. Antes expostas a uma taxa de 10%, mercadorias do Brasil passaram a ser alvo de uma das maiores alíquotas americanas no mundo, de 50%, enquanto o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi sancionado com a Lei Magnitsky e outros magistrados, além de ministros, perderam o visto americano — resultado de articulação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) com a Casa Branca.
A justificativa de Washington foi que as ações do governo brasileiro eram uma ameaça à segurança nacional, porque prejudicavam “empresas americanas e os direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos”. O governo brasileiro disse que não aceitaria interferência, com o chanceler Mauro Vieira afirmando que a soberania brasileira “não é moeda de troca diante de exigências inaceitáveis”.


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