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Checamos: No JN, Lula exagerou ao falar sobre feitos e números de seu governo

 


Lula no JN: Candidato ao Planalto e ex-presidente Lula em entrevista ao Jornal Nacional em 25 de agosto de 2022 (Foto: Internet / Reprodução)
  • Lula no JN: Na última quinta-feira (25), o ex-presidente Lula concedeu uma entrevista ao Jornal Nacional

  • Na conversa, ele falou sobre casos de corrupção em seu governo, interferências na Polícia Federal, tratou sobre dados econômicos de sua gestão e diálogo com a comunidade internacional

  • Contudo, o candidato exagerou ao falar sobre os feitos de seu governo. 




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Na noite da última quinta-feira (25), o candidato ao Planalto e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi entrevistado em meio à série de sabatinas realizadas pelo Jornal Nacional com os presidenciáveis.

A quarta e última participante será Simone Tebet, nesta sexta-feira (26), às 20:30. As entrevistas com Jair Bolsonaro e Ciro Gomes foram verificadas nesta semana pelo Yahoo! Notícias.

Na sabatina, Lula desde o início foi questionado sobre casos de corrupção ocorridos em seu governo. Ao tratar sobre o assunto, Lula exaltou a criação de leis e de órgãos de fiscalização durante seus mandatos. O presidente também comparou sua postura em relação à Polícia Federal com a do atual presidente Bolsonaro. Além disso, ele mencionou o legado econômico de sua gestão e iniciativas junto à comunidade internacional.

No entanto, ao tratar sobre os temas, o candidato exagerou os feitos de seu governo e omitiu um caso de interferência na Polícia Federal.

Confira a checagem  sobre as declarações do candidato ao Jornal Nacional.


Lula no JN: Candidato ao Planalto e ex-presidente Lula em entrevista ao Jornal Nacional em 25 de agosto de 2022 (Foto: Internet / Reprodução)

Combate à corrupção

"Foi no meu governo que a gente criou o Portal da Transparência, que a gente colocou a CGU como ministro para fiscalizar, que a gente criou a lei de acesso à informação, a gente que criou a lei anticorrupção [...] a lei contra a lavagem de dinheiro, [...] criamos o Coaf para cuidar de movimentações financeiras atípicas e colocamos um Cade para combater os cartéis, ou seja, foram todas medidas tomadas no meu governo"

Candidato ao Planalto e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista ao Jornal Nacional, em 25 de agosto de 2022

De fato, o Portal da Transparência foi criado pela CGU (Controladoria-Geral da União) no primeiro mandato do governo de Lula, em 2004. Quanto à CGU, sua criação se deu em 2003 por meio da incorporação da Corregedoria-Geral da União, que já havia sido instituída em 2001 no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Já a lei de acesso à informação, nº 12.527, não foi sancionada durante a gestão de Lula e sim da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2013. Em relação à lei anticorrupção, também não é verdade que ela tenha surgido na gestão do ex-presidente. A lei, de número nº 12.846 foi criada em 2013, no governo da então presidenta Dilma Rousseff.

É igualmente falso que a lei contra a lavagem de dinheiro tenha sido sancionada durante a gestão de Lula. Essa lei, de número 9.613, foi sancionada em 1998 na gestão de Fernando Henrique Cardoso. Em 2012, no governo de Dilma Rousseff ela passou por mudanças que objetivaram tornar mais eficiente o combate a lavagem de dinheiro e a ocultação de bens.

Igualmente, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) não foram criações do governo Lula. Em 1998 – na gestão de FHC – foi criado o Coaf e em 1962, o Cade, durante o governo de João Goulart. O Cade se transformou em uma autarquia vinculada ao Ministério da Justiça em 1994, na gestão de Itamar Franco.

Interferências na PF

"Teve muitas interferências [na Polícia Federal]. O Bolsonaro troca qualquer diretor da hora que ele quer. Basta que ele não goste. E eu não fiz isso e não vou fazer. O delegado não está lá pra fazer as coisas que eu quero"

Candidato ao Planalto e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista ao Jornal Nacional, em 25 de agosto de 2022

Não é verdade que Lula não tenha trocado diretores da PF (Polícia Federal). Em 2007, o ex-mandatário trocou o comando da PF e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

De acordo com notícias veiculadas pela imprensa após as mudanças, Lula realizou as trocas pois desejava "ter mais informações sobre as grandes operações da Polícia Federal e por avaliar que a Agência Brasileira de Inteligência é ineficiente".

Além disso, foram reportadas conversas reservadas do ex-mandatário em que expressou sua insatisfação por tomar conhecimento das ações da PF somente por meio da imprensa.

Reserva financeira

"Nós fizemos uma reserva de 370 bilhões de dólares. E nós ainda emprestamos 15 bilhões pro FMI"

Candidato ao Planalto e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista ao Jornal Nacional, em 25 de agosto de 2022

A reserva internacional do Brasil mencionada por Lula é exagerada. Ao final de 2010 – último ano de seu segundo mandato – as reservas internacionais do país somavam US$ 288,57 bilhões, de acordo com dados do Banco Central.

Um valor próximo ao citado por Lula no JN somente foi atingido ao final de 2015, durante a gestão de Dilma Rousseff, quando as reservas internacionais brasileiras atingiram US$ 368,74 bilhões.

Em relação ao empréstimo ao FMI (Fundo Monetário Internacional), de fato, o Brasil emprestou dinheiro ao Fundo durante a gestão de Lula. Contudo, o valor citado pelo presidente é exagerado. Em 2009, o Brasil concedeu um empréstimo de US$ 10 bilhões ao fundo, US$ 5 bilhões a menos do que o referido.

Países Amigos da Venezuela

"Em 2003, eu tinha apenas um mês de governo, eu criei o grupo de amigos junto com os Estados Unidos, junto com a Espanha pra resolver as pendegas entre a Venezuela e a Colômbia"

Candidato ao Planalto e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista ao Jornal Nacional, em 25 de agosto de 2022

De fato, ainda no primeiro mês de mandato – em janeiro de 2003 – o governo Lula criou o "Grupo de Países Amigos da Venezuela". O objetivo do grupo, contudo, não foi resolver conflitos envolvendo a Colômbia e sim, auxiliar a Venezuela a solucionar uma crise interna.

Naquele ano, uma greve geral da oposição exigia ou a renúncia do então presidente venezuelano Hugo Chávez ou a realização de eleições antecipadas.

O grupo foi composto por Brasil, Chile, Espanha, Estados Unidos, México e Portugal. De acordo com notícias publicadas à época de sua criação, o conjunto de países visou "facilitar o diálogo entre a oposição e o governo da Venezuela"

fonte Yahoo






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